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Saúde Indígena
DSEI Rio Tapajós monta estratégia de busca ativa de COVID-19 em aldeias do sudoeste do Pará
Os profissionais de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Rio Tapajós estão percorrendo mais de 150 aldeias em busca de pacientes com sintomas gripais na área de abrangência do Distrito, no sudoeste do Pará. O objetivo é traçar estratégias de contenção da COVID-19 no território e diagnosticar a abrangência da doença nas comunidades indígenas atendidas pelo Distrito.
A Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI) está realizando testagem de COVID-19 e levando informações sobre cuidados para evitar a disseminação do novo coronavírus. Além da testagem, a população recebeu atendimento com orientação a serem tomadas pelos pacientes em recuperação. Os indígenas que apresentaram resultado negativo foram orientados sobre os cuidados para prevenir a contaminação através do uso da máscara e higienização das mãos.
A EMSI é composta por médicos, enfermeiros, Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e Agentes de Endemias. O Distrito ainda recebeu reforço técnico da Secretaria de Saúde do Estado do Pará com mais oito profissionais de saúde para fazer a cobertura da área em três equipes.
O Distrito buscou locais nas aldeias para isolamento de pacientes com sintomas leves de COVID-19. “A maioria dos pacientes não querem ir para o hospital, pois ficam em isolamento e longe dos familiares. Então, estão juntando o atendimento da EMSI com a medicina tradicional, fazem banhos, pomadas, chás caseiros com ervas e raízes que tem surtido bom efeito”, afirma a coordenadora do DSEI Rio Tapajós, Cleidiane Carvalho.
Os indígenas estão sendo orientados para que permaneçam em suas aldeias, evitem aglomerações e cumpram isolamento social em caso de suspeita da doença. O trabalho de conscientização está sendo feito de casa em casa pela EMSI.
Em Novo Progresso (PA), os pacientes em isolamento na Casa de Saúde Indígena (CASAI), participaram de uma roda de conversa com a equipe de saúde sobre a cartilha “Me kanê punu ã ujarenh”, elaborada pelo DSEI e traduzida para a língua Kayapó pelo indígena Bep-y Kayapó. O informativo explica sobre a transmissão e formas de prevenção da COVID-19. Os indígenas foram sensibilizados quanto à gravidade da doença, formas de prevenção como a lavagem das mãos e sobre a importância da permanência do indígena na aldeia durante a pandemia.
Durante a busca ativa de pacientes com sintomas similares ao da COVID-19, as ações de saúde rotineiras do Distrito não pararam. Seguindo a orientação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, a vacinação contra a influenza foi antecipada e o DSEI continua realizando a vacinação dos indígenas nas aldeias. Além de proteger contra a doença, ela reduz os sintomas gripais parecidos com os da COVID-19.
NUCOM/SESAI