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Brasil recebe prêmio internacional por ações de redução da mortalidade infantil
Publicado em
10/02/2020 00h10
Atualizado em
01/11/2022 10h30
Experiência brasileira de Banco de Leite Humano, que disponibiliza leite materno a recém-nascidos de baixo peso, já era replicada em mais de 20 países. O leite materno tem tudo o que o bebê precisa até os seis meses de vida, protegendo-o contra doenças
As iniciativas do Brasil para redução da mortalidade infantil foram reconhecidas internacionalmente. No último sábado (9), a Organização Mundial da Saúde (OMS) conferiu o Prêmio Dr. Lee Jong-wook de Saúde Pública ao pesquisador brasileiro João Aprígio de Almeida pelo trabalho à frente da Rede Brasileira de Banco de Leite Humano. Trata-se de um dos mais importantes prêmios da área da saúde.
“O Brasil tem um trabalho inovador e estamos empenhados em ampliar essa rede dentro e fora do país. É uma satisfação contribuir para a redução da mortalidade infantil”, afirma Aprígio.
Em fóruns internacionais, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem defendido o aleitamento materno e a garantia de acesso ao leite humano como uma estratégia fundamental e eficaz para a redução da mortalidade infantil no mundo.
“O leite humano é superior a qualquer tipo de fórmula. Para cada litro de leite oferecido para as crianças prematuras é possível diminuir dois dias de permanência na UTI neo-natal e a alta hospitalar é mais precoce, pois as crianças ganham peso mais rápido e ficam mais resistentes”, destacou o ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta.
À frente de muitos países, o Brasil alcançou a meta de redução da mortalidade em menores de 5 anos proposta nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM 4) das Nações Unidas quatro anos antes do prazo estabelecido, sendo que a taxa de mortalidade reduziu de 53,7 para 17,7 óbitos por mil nascidos vivos de 1990 a 2011. Em 2017, a taxa de mortalidade infantil (menores de 5 anos) foi de 13,4 óbitos por mil nascidos vivos – redução de 3,9% em relação ao ano anterior (13,9).
BANCO DE LEITE HUMANO NO BRASIL
O Brasil possui a maior e mais complexa rede do mundo, sendo referência internacional para por utilizar estratégias que aliam baixo custo e alta tecnologia. A Rede Global de Bancos de Leite Humano (RBLH) é uma iniciativa do Ministério da Saúde, por meio do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). São 225 Bancos de Leite Humano e, ainda, 212 postos de coleta, além da coleta domiciliar em alguns estados. Assim, são cerca de 160 mil litros de leite humano distribuídos todos os anos a recém-nascidos de baixo peso.
A rede brasileira é responsável por coletar e distribuir leite materno, com controle rigoroso, a recém-nascidos de baixo peso. O leite materno tem tudo o que o bebê precisa até os seis meses de vida, protegendo-o contra doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias. Assim, é uma estratégia importante para redução de mortes em bebês.
Em 2019, os países que integram o grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), além do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai), decidiram adotar o modelo brasileiro de Banco de Leite Materno. Também no ano passado, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, inaugurou o primeiro Banco de Leite Humano de Angola, como resultado de uma cooperação técnica com o Brasil.
Da Agência Saúde
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