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DIA NACIONAL
Médico de Família e Comunidade: a importância do cuidado integral e eficiente
Neste sábado (5/12) é comemorado o Dia Nacional do Médico de Família e Comunidade, profissional essencial para a Atenção Primária à Saúde (APS). Aproximadamente 85% das queixas dos pacientes podem ser resolvidas por um médico de família - os demais são encaminhados para outras especialidades.
No Brasil, é comum haver confusão entre médico de família e clínico geral, mas tratam-se de funções diferentes, embora complementares. Enquanto o clínico trata especificamente da doença, o médico de família foca na pessoa, acompanhando o paciente durante todas as fases da vida.
“A clínica geral é pontual, e a medicina da família é longitudinal”, resume a médica de família do SUS, Fernanda Melchior, atuante em Florianópolis (SC).
Além dos sintomas, o estilo de vida, os hábitos, as emoções, as condições de trabalho e a moradia são levados em conta para que o médico de família aponte um diagnóstico. Ou seja, o indivíduo é analisado de forma integral. “Como costumam dizer: quando a boca cala, o corpo fala, e é nisso que nós prestamos atenção”, observa a médica.
CONTEXTO INDIVIDUAL
Fernanda relata o caso de um paciente que chegou em seu consultório com falta de ar e dificuldade para dormir e para engolir. Ele já havia se consultado com médicos de outras especialidades, que prescreveram exames gastrointestinais e pneumatológicos, mas ambos estavam dentro da normalidade.
A médica, então, conta que procurou entender o contexto para encontrar a razão dos sintomas. Descobriu que ele estava passando por uma separação, sentia muita saudade dos filhos, pois havia deixado de morar com eles, e ainda apresentava baixo rendimento no trabalho. O paciente sofria de ansiedade. “Chamamos esse tipo de situação de rompimento de ciclo de vida, e trabalhamos em algumas frentes. Ele foi medicado, recebeu um atestado para se ausentar do trabalho e fomos atrás uma possibilidade de ele ver os filhos com mais frequência”, conta.
COMUNIDADE
Além do âmbito individual, há a dimensão coletiva da medicina da família. Cada equipe cuida de uma região delimitada geograficamente - como um bairro, por exemplo. Algumas situações que podem causar adoecimento acabam sendo comuns ou recorrentes entre diversos moradores.
“Um exemplo disso foi o episódio em que várias pessoas chegaram ao consultório, em datas próximas, com queixas de dores no ombro, e todas elas trabalhavam como caixas de um mesmo supermercado - o que dificilmente seria uma coincidência. A equipe desconfiou que faltasse ergonomia na estrutura que os funcionários ocupavam e, a partir disso, pôde fazer uma intervenção. Outro exemplo é quando muitas crianças da mesma escola chegam com piolho à UBS. Nesse caso, é necessário acionar a escola para uma ação coletiva”, opina Fernanda Melchior.
Além do médico, a saúde da família também é composta por outros profissionais de saúde, como enfermeiros, técnicos em enfermagem, dentistas e agentes comunitários. Atualmente, o SUS conta com cerca de seis mil médicos de família. O Ministério da Saúde investe na formação desses profissionais, por meio do Pró-Residência para Atenção Primária à Saúde, programa que paga bolsas diretamente para quem faz residência nos postos de saúde. Os municípios também podem receber incentivos do Governo Federal por cada integrante da equipe de saúde da família em Medicina de Família e Comunidade e nas modalidades uniprofissional ou multiprofissional em Enfermagem de Família e Comunidade e Odontologia.
Marina Pagno e NUCOM/SAPS
Ministério da Saúde
(61) 3315-3580 / 2351