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SAÚDE MENTAL
Brasileiros buscaram suporte profissional durante a pandemia
O Ministério da Saúde concluiu a segunda etapa da pesquisa inédita sobre a saúde mental da população brasileira durante a pandemia da Covid-19. O questionário on-line foi realizado no período entre 22 de agosto e 6 de outubro. Do total de 17.491 pessoas que participaram da primeira etapa, entre 23 de abril e 15 de maio, 2.335 responderam à pesquisa na fase subsequente.
A amostra da segunda fase foi constituída, em sua maioria, pelo sexo feminino (72,1%), com idade média de 40 anos, variando entre 18 e 78 anos. A maioria dos participantes é de raça/cor autorreferida branca (49,4%), casada (29,9%), residente em bairros populares (31,6%) e com renda mensal variando entre R$1.049,00 e R$2.096,00 (12,8%).
Os dados revelam, ainda, que 87,6% deles concluíram ensino superior e trabalharam para uma pessoa ou empresa privada (12,3%), sendo 12,4% desempregados e 18,7% profissionais de saúde. Dos entrevistados, 82,5% disseram que mantiveram o distanciamento social durante a pandemia, e 88,6% não foram diagnosticados com coronavírus.
Com relação ao rastreio dos transtornos mentais (ansiedade, depressão e estresse pós-traumático), observou-se 74% de ansiedade na sua forma estado, 26,8% de depressão na sua forma moderada e 12,3% na sua forma grave, além de 34,8% de transtorno de estresse pós-traumático.
PROCURA POR AJUDA
A segunda fase do questionário on-line do Ministério da Saúde trouxe novidades em relação à primeira. Foi identificado que 29,33% dos brasileiros entrevistados procuraram ajuda profissional por questões relacionadas à saúde mental, sendo 20% em serviços particulares. Outros 34,2% informaram que não procuraram ajuda, mas que gostariam de ter apoio psicológico principalmente para lidar com a ansiedade (78%) e o estresse (51,9%).
Os atendimentos nos serviços da Atenção Primária são realizados tanto nos postos de saúde quanto pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Os casos são referenciados de um para outro conforme a complexidade e a necessidade do paciente. O Ministério da Saúde fará a busca ativa pelos serviços dos CAPS em função das restrições impostas pela pandemia, a fim de verificar os usuários que deixaram de frequentar as consultas e também aqueles que necessitam de maior atenção neste período.
CONSUMO DE ÁLCOOL E MEDICAMENTOS
Nessa etapa da pesquisa, foi incluído o questionamento sobre consumo de álcool e outras drogas. Os resultados mostraram que 2,22% dos entrevistados começaram a ingerir álcool durante a pandemia e 16,6% revelaram aumento no consumo se comparado com o período anterior a pandemia.
O uso de medicamentos antidepressivos aumentou em 15,79%. Desses, 7,2% alegaram que iniciaram a ingestão durante a pandemia. O uso de ansiolíticos foi o que apresentou maior índice (22,66%).
TERCEIRA ETAPA
A pesquisa do Ministério da Saúde agora entra em sua terceira e última etapa, fazendo um acompanhamento completo da saúde mental dos brasileiros durante a pandemia da Covid-19. O questionário será encaminhado aos participantes das etapas anteriores em dezembro de 2020. A previsão é que as respostas estejam disponíveis na segunda quinzena de janeiro.
Com os resultados, a pasta poderá desenvolver novas políticas de prevenção e promoção à saúde mental a partir de 2021. Os dados referentes à primeira etapa da pesquisa podem ser consultados aqui.
ASSISTÊNCIA DURANTE A PANDEMIA
O Ministério da Saúde reforçou o atendimento em saúde mental durante a pandemia. Foi investido R$ 1,1 milhão para ampliação dos serviços. Em outubro, mais de R$ 65 milhões foram destinados para ampliação e abertura de novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos, Unidades de Acolhimento e Serviços Hospitalares nos municípios brasileiros.
A pasta também repassou cerca de R$ 650 milhões para aquisição de medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica utilizados no âmbito da saúde mental, em virtude dos impactos sociais ocasionados pela pandemia da Covid-19.
Também foi lançado o projeto TelePsi, que oferece teleconsulta psicológica e psiquiátrica para manejo de estresse, ansiedade, depressão e irritabilidade para os profissionais de saúde que estão na linha de frente do enfrentamento à Covid-19.
Marina Pagno
Ministério da Saúde
(61) 3315-3580 / 2351