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Governo do Brasil destina R$ 50 milhões para pesquisas sobre coronavírus
Chamada Pública será lançada ainda nesta semana pelos ministérios da Saúde e Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Podem participar pesquisadores de instituições públicas ou privadas
O Governo do Brasil vai financiar pesquisas sobre novos métodos de diagnóstico, tratamento e interrupção da transmissão no país do coronavírus (Convid-19). Serão destinados R$ 50 milhões pelos ministérios da Saúde e Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Podem participar pesquisadores doutores vinculados a instituições científicas, tecnológicas ou de inovação tanto públicas quanto privadas, sem fins lucrativos. A Chamada Pública Nacional de Pesquisa em Saúde sobre o Coronavírus será publicada ainda nesta semana na plataforma do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
A iniciativa englobará pesquisas relacionadas a história natural da doença; desenvolvimento e avaliação de testes, de alternativas terapêuticas e de vacinas contra à Covid-19; avaliação da atenção à saúde nos três níveis de complexidade frente à epidemia; uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) nas ações de prevenção, controle e manejo; adesão e cumprimento das medidas de prevenção e controle, entre outros temas relacionados à doença.
As linhas de pesquisa foram definidas a partir de diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), alinhadas às prioridades nacionais em discussão entre o Ministério da Saúde e especialistas de todo o país, considerando a necessidade de resposta rápida e investimentos em estudos mais promissores.
Além disso, o Ministério da Saúde criou e-mail para receber contribuições externas de pesquisa e inovação por meio do e-mail pesquisacovid19@saude.gov.br. Nesta quarta-feira (1º) serão definidos os fluxos de funcionamento deste canal.
Desde o final de janeiro, após declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os protocolos de pesquisas relacionados ao coronavírus submetidos à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) estão sendo analisados em caráter de urgência. Desde então, foram submetidos na Plataforma Brasil aproximadamente 100 projetos de pesquisa no Brasil relacionados ao coronavírus.
ENSAIO CLÍNICO SOLIDARITY DA OMS
O Ministério da Saúde está participando do “ensaio clínico Solidarity”, da Organização Mundial da Saúde (OMS) para investigar a eficácia de quatro medicamentos no tratamento da Covid-19. O ministério convidou o Instituto Nacional de Infectologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para coordenar o ensaio clínico. Desde a última segunda-feira (30), pacientes diagnosticados e hospitalizados em 18 hospitais de 12 estados do país já começaram a fazer uso de um dos quatro medicamentos que fazem parte da pesquisa.
"Essa pandemia, mais do que nunca, reforça a importância das pesquisas e da tomada de decisão informada por evidências científicas. Esse estudo, um mega trial multicêntrico, irá trazer informações robustas que resultarão em uma maior segurança sobre o tratamento da COVID-19. O Ministério da Saúde reconhece e valoriza a comunidade científica, que está engajada no enfrentamento a essa pandemia, atendendo prontamente as prioridades do SUS com rapidez e qualidade", afirma Camile Giaretta, diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia, da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.
Os medicamentos que terão a sua eficácia testada no tratamento de coronavírus são: Cloroquina e a Hidroxicloroquina, usadas contra a malária e doenças autoimunes; Combinação de remédios contra HIV, formada por Lopinavir e Ritonavir; Combinação de Lopinavir e Ritonavir em conjunto com a substância Interferon beta-1b, usada no tratamento de esclerose múltipla; Antiviral Remdesivir, desenvolvido para casos de ebola, sendo este último o único a não possuir registro no Brasil.
Além do Brasil, participam da iniciativa da OMS outros 45 países, como Argentina, França, Noruega, Espanha e Suíça. Os dados coletados de milhares de pacientes serão centralizados em uma plataforma única, gerenciada pela OMS.
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Amanda Costa, da Agência Saúde
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