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Saúde Indígena
DSEI Minas Gerais e Espírito Santo elabora Plano de Prevenção à COVID-19 em indígenas Maxakali
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Minas Gerais e Espírito Santo, em parceria com a Universidade do Vale do Rio Doce (Univale) e com o apoio da comunidade indígena Maxakali, localizou onde estão os pacientes que correm mais riscos de contágio pelo Coronavirus. Para isso, os técnicos utilizaram um levantamento feito pela área de saneamento em cada aldeia e assim foi possível localizar onde está cada casa, quantos indígenas moram e que riscos cada um tem de contrair o Coronavirus. O estudo faz parte das ações previstas no plano de contingência para o enfrentamento da pandemia do novo Coronavírus (COVID-19) no território Maxakali preparado pelo DSEI MGES.
O objetivo do estudo é identificar e monitorar as famílias classificadas como as mais vulneráveis para o contexto da COVID-19, de acordo com as especificidades desse Povo. Os Maxakali constituem o segundo maior grupo indígena de Minas Gerais e, atualmente, é a etnia que tem maior probabilidade de ser afetada pelo coronavírus dentro do DSEI Minas Gerais e Espírito Santo. O mapeamento feito pelo DSEI usa croquis construídos pela área de saneamento e os relatórios do SIASI com as características demográficas e de morbidade das famílias Maxakali, por residência. Na próxima etapa, a equipe do DSEI irá ao encontro das equipes locais para orientar e organizar ações nas aldeias, utilizando o mapeamento como peça fundamental no monitoramento das Síndromes Gripal e Respiratória Aguda Grave e dos casos suspeitos para COVID-19.
A estratégia colocada em prática neste estudo, possibilitou a construção de uma base de dados do povo Maxakali, tornando possível conhecer o território por meio do mapeamento das características demográficas e de morbidades das famílias Maxakali, casa por casa.
Os Maxakali
Originários de áreas da Mata Atlântica, os Maxakali são compostos pelos povos Makoni, Monoxó, Kapoxó, Malali, Maxakali, Cumanaxó e Panhame. Esses grupos ocupavam seis vales localizados no nordeste de Minas Gerais, sul da Bahia e norte do Espírito Santo. Atualmente, vivem no entorno de quatro municípios, no extremo nordeste de Minas Gerais, na fronteira com o Estado da Bahia.
Dados
Em outubro de 2019, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, realizou o processo de recadastramento das famílias Maxakali, das comunidades dos Polos Base Tipo I de Pradinho e Água Boa dos municípios de Bertópolis e Santa Helena de Minas, com objetivo de alimentar os Sistemas de Informação da Atenção à Saúde Indígena Local (SIASI_Local) e do Saneamento Local (SISAB_Local). Este trabalho configurou-se como atividade regular das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) e do Saneamento Básico. Ao todo, 1.873 indígenas, destas duas comunidades, que representam 78,2% da população indígena Maxakali, foram cadastradas.