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Ministério da Saúde garante maior distribuição de vacina contra sarampo dos últimos dez anos
Serão 60,2 milhões de doses para 2019, por meio da compra de 47,5 milhões de doses extras da tríplice viral, realizada este ano. Em 2020 serão distribuídas 65,4 milhões
O Ministério da Saúde adquiriu 114% a mais do número de doses da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, para 2019 e 2020 em relação a 2018, passando de 30,6 milhões para 60,2 milhões e 65,4 milhões de doses. Para isso, a pasta comprou recentemente 47,4 milhões de doses da vacina, quantitativo atualmente disponível no mundo, representando a maior distribuição de tríplice viral feita pelo Brasil nos últimos dez anos. A medida visa garantir a vacinação de 39 milhões de brasileiros, 20% da população, na faixa etária de 1 a 49 anos, que hoje estão suscetíveis à doença porque não tomaram a vacina ou o quantitativo de doses necessárias. O Ministério também trabalha para controlar o surto no país, e eliminar, mais uma vez, o sarampo no Brasil.
“Não vai haver redução no quantitativo de vacinas nem faltará dinheiro para comprar vacinas. Esta é uma prioridade do Ministério da Saúde e do Governo Federal. Estamos comprando em 2019 um quantitativo para mais de 12 meses para criar um estoque estratégico. Então, neste ano, estamos adquirindo mais doses do que vínhamos adquirindo em anos anteriores e, além disso, estamos comprando mais barato”, explicou o secretário Executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo. “Se houver necessidade, vamos remanejar recursos para vacinação. Imunização é prioridade e vai ter vacina para todos”, completou Gabbardo.
Do total previsto para este ano (60,2 milhões), já foram distribuídas 22,8 milhões e os outros 37 milhões serão até dezembro, para garantir a todos os estados, a vacinação de rotina, as ações de interrupção da transmissão do vírus, e a dose extra chamada de ‘dose zero’ a todas as crianças de seis meses a 11 meses e 29 dias. A maior parte das doses para 2019 serão destinadas à Campanha Nacional de Vacinação contra a o Sarampo, que ocorrerá de forma seletiva e em duas etapas: de 7 a 25 de outubro, para crianças de seis meses a menores de 5 anos. O dia D – dia de mobilização nacional - acontecerá em 19 de outubro; e a segunda etapa, de 18 a 30 de novembro, com foco na população de 20 a 29 anos. O dia D ocorrerá em 30 de novembro.
As 47,4 milhões de doses extras foram adquiridas recentemente pelo Ministério da Saúde com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Desse total, 25,7 milhões serão distribuídas em 2020. Atualmente são 2,2 milhões de doses por mês para atender a rotina dos estados. União, estados e municípios estão unindo esforços para alcançar os 39,9 milhões de brasileiros que hoje estão suscetíveis ao vírus do sarampo, de acordo com o Ministério da Saúde e a OPAS. Apesar da faixa etária de 20 a 29 anos concentrar a maior parte desses brasileiros (35%), são os menores de 5 anos o grupo mais suscetível para complicações do sarampo, podendo chegar à óbito. Dos quatro óbitos registrados este ano, três foram em crianças menores de 1 ano. Nessa faixa etária, 1,8 milhão estão desprotegidas.
MOVIMENTO VACINA BRASIL
Pela primeira vez o Governo Federal estabeleceu a cobertura vacinal como meta prioritária para a gestão de Saúde no país, por meio do Movimento Vacina Brasil. Assim, ao dobrar o quantitativo de doses da vacina tríplice viral para os próximos períodos, o Ministério da Saúde empreende todos os esforços para controlar o surto ativo da doença, que hoje ocorre em 17 estados brasileiros. Além de eliminar novamente a transmissão do vírus no país, com reforço da vacinação.
Em 2016, o Brasil recebeu o Certificado de Eliminação do Sarampo, emitido pela OPAS, mas perdeu em fevereiro deste ano, após 12 meses de circulação do vírus sarampo no território brasileiro. Por isso, uma das missões do Vacinação Brasil é recuperar a certificação do Brasil livre de sarampo. Manter altas e homogêneas coberturas vacinais na população é a única forma de evitar a transmissão da doença.
VACINAS GARANTIDAS EM 2020 NO SUS
O Brasil possui o maior programa público de imunização do mundo. Por ano, são mais de 300 milhões de doses de vacinas aplicadas na população. Para o próximo ano, o orçamento previsto para a compra e distribuição de vacinas e insumos em todo o país, como kits de diagnósticos, é de R$ 4,9 bilhões. Esse valor considera a demanda programada e o preço de referência para a compra desses insumos no próximo ano, assegurando a oferta de vacinas a população de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação. A proposta ainda está em tramitação no Congresso Nacional. Neste ano, até setembro, o Ministério da Saúde já investiu R$ 3,8 bilhões na aquisição de vacinas e insumos, sem contar os investimentos já alocados em Biomanguinhos/Fiocruz um dos fornecedores nacionais.
DADOS DE SARAMPO
Nos últimos 90 dias, o Brasil registrou 3.906 casos confirmados de sarampo no país, aumento de 17% (567 casos) em relação ao último dado divulgado (12.09). Os dados estão no novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta quinta-feira (19). Parte desse aumento decorre da confirmação de casos, que estavam em investigação, pelo critério clínico-epidemiológico. O pico de casos ocorreu entre os dias 4 e 10 de agosto, o que corresponde a semana epidemiológica 32. Já a partir de setembro é observado uma estabilidade na ocorrência de novos casos nas áreas afetadas.
O Pará passou a integrar a lista de 16 estados com transmissão ativa da doença, totalizando agora 17. A maior parte dos casos, 97,5%, permanece concentrada em 153 municípios de São Paulo, principalmente na região metropolitana. O atual boletim apresenta, ainda, 20.485 casos em investigação e 4.134 que foram descartados. Permanece o registro de quatro óbitos em todo o país.
Por Regina Xeyla e Amanda Costa, da Agência Saúde
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