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“Redução de riscos de desastres também é função da saúde pública”, defende secretário de Vigilância em Saúde
Ministério da Saúde orienta gestores do SUS para ações mais efetivas na assistência prestada à população em situações de desastres
A atuação dos serviços de saúde frente a desastres ambientais, que podem ferir e expor à população a doenças, foi discutida nesta semana durante o 10º Seminário Nacional sobre Saúde em Desastres, em Brasília, que reuniu profissionais e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), especialistas em gestão de riscos de desastres e pesquisadores. “Não basta falar dos desastres, é preciso entender que existem outras situações de emergência que esses eventos trazem, como riscos de acidentes com animais peçonhentos e até mesmo a organização de insumos que podem ser necessários depois de tragédias”, alertou o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kléber. Entre 2003 e 2018, em todo o país, foram editados 27.300 decretos de situações de emergência e calamidade pública.
Nos últimos 16 anos, 69,8% dessas situações foram por eventos climatológicos seguidos de hidrológicos (21,0%), meteorológicos (7,6%), geológicos (1,1%), biológicos (0,3%) e tecnológicos (0,2%). Esse cenário exigiu maior organização do SUS para a ampliação da capacidade de atuação e a adoção de medidas para preparar à resposta no cuidado à saúde da população. “Tornar a vida do brasileiro mais segura é o objetivo das ações de prevenção e controle de desastres”, resumiu Wanderson Kleber.
Neste mês, para comemorar o “Dia Internacional para Redução dos Desastres”, além da organização do seminário nacional para discutir os desafios e necessidade de preparo para situações de risco em âmbito federal, estadual e municipal, o Ministério da Saúde lançou o Plano de Contingência para Inundações. O documento orienta os profissionais de saúde e gestores do SUS a como agir de forma coordenada e quais são as regiões com maior risco de inundações, que são um dos desastres mais frequentes no país.
DESASTRES
Os desastres naturais são eventos com potencial para causar danos diretos ou indiretos à saúde e podem resultar em emergência em saúde pública. Essas situações têm sido cada vez mais frequentes. No Brasil, a estiagem e as inundações são as ocorrências mais frequentes e influenciam nos índices de mortalidade, além de prejudicarem a saúde física e mental de milhões de pessoas e, como consequência, sobrecarregarem os serviços de saúde.
As inundações acometem todas as regiões e têm impactos significativos sobre a saúde da população e a infraestrutura dos serviços de saúde. O Plano de Contingência de Inundações é uma das medidas do Ministério da Saúde para organizar a atuação do Sistema Único de Saúde em resposta a esses eventos. As inundações podem ocorrer em todos os estados e, por isso, aumenta a preocupação dos efeitos sobre a saúde da população.
Dentre os principais impactos estão o aumento de óbitos, ocorrência de traumatismo, afogamentos, quedas e choques elétricos, dentre outros agravos à saúde. Além disso, há impacto nos recursos humanos e danos da infraestrutura física e funcional dos serviços de saúde. O aumento de doenças infecciosas – respiratórias e de transmissão hídrica e alimentar – e o agravamento das doenças crônicas e de transmissão de vetores, acidentes por animais peçonhentos são riscos que também devem ser considerados.
Os quatro pilares de capacidade de resposta de emergência que o Brasil e outros países estão desenvolvendo são: 1) Autoavaliação de atendimentos anteriores, com maior representatividade e inclusão de estados e municípios; 2) Estabelecer metodologia para novas realidades; 3) Portfólio de simulados e simulacros: exercício para atender realidades diferentes; 4) Recepção da avaliação externa, ou seja, ouvir outros gestores.
Por Vanessa Aquino, da Agencia Saúde
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