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Ministério da Saúde discute parcerias para melhoria da saúde pública do Brasil
Ministro da Saúde quer desenvolvimento em produção de vacinas, parcerias para pesquisas e transferência de tecnologia. Os temas foram tratados em diversos encontros durante agenda internacional nos Estados Unidos
Na última semana, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta participou de uma intensa agenda internacional nos Estados Unidos que resultará em passos importantes na construção de parcerias para troca de informações e tecnologia no âmbito de pesquisas em saúde. Na pauta, a cobertura universal de saúde foi colocada como meta global para melhoria da assistência em saúde. Nela, o Brasil teve papel de destaque e se tornou uma referência por ser o maior sistema público de saúde do mundo.
Participando de compromissos em Nova Iorque, Washington, D.C. e Atlanta, o ministro esteve reunido com diversos países e organismos internacionais debatendo temas prioritários da saúde pública, como Atenção Primária, vacinação e financiamento da saúde. Mas foi em relação à cobertura universal de saúde que o país se destacou. “No quesito cobertura universal o Brasil tem uma agenda extremamente positiva e tem muito o que falar e muito o que inspirar os outros países”, disse O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
A agenda internacional do ministro Luiz Henrique Mandetta, continua. Hoje, ele participou da abertura da Convenção Anual da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e discutiu, entre outros assuntos, a falta de fornecedores internacionais para aquisição de vacinas. Em uma reunião com mais de 12 países, o ministro propôs levar à Organização Mundial da Saúde (OMS) um documento em que as nações pedem atenção à produção de vacinas como um bem imaterial da humanidade. “O sarampo voltou e está presente em todos os continentes. Para iniciarmos a grande pauta que foi tratada na Assembleia da ONU, a cobertura global de saúde, nada melhor que começarmos pela cobertura universal vacinal”, enfatizou.
Durante a Assembleia, o ministro da Saúde aproveitou a estada em Nova Iorque para fazer reuniões bilaterais com outros países. Um dos principais encontros foi com a Rússia, onde foi discutido o tema da tuberculose. O ministro destacou a expertise do país na área de pesquisa para o desenvolvimento de uma vacina contra a enfermidade. Ele lembrou que o Brasil, no âmbito dos BRICS, tem a maior parte dos casos de tuberculose, por isso, como coordenação pró-témpore do bloco, vai organizar uma reunião no próximo mês para discutir o tema.
“Uma das pautas não será só as vacinas, mas a construção de um encontro entre as agências reguladoras brasileiras - ANS e ANVISA - e as agências reguladoras dos outros países. Precisamos adotar um padrão de qualidade para os nossos laboratórios, para as nossas matérias primas e, assim, podermos ganhar na escala de compra, de produção de fármacos”, adiantou o ministro.
Somando, a população da China, da Rússia, da Índia, do Brasil e da África do Sul, totaliza mais de 50% da população mundial. Isso permitirá ao bloco um bom poder de negociação para a compra de vacinas, medicação e insumos de saúde.
No encontro com a Dinamarca, o Brasil manteve o diálogo na construção dos protocolos clínicos que dão condições de controlar custos no SUS. A Dinamarca é conhecida por ser o país que tem um grande padrão de controle de qualidade na prática clínica. “Aprofundamos e devemos adotar esse sistema de protocolos clínicos, de desfecho clínico, no padrão que a Dinamarca vem trabalhando mundialmente”, disse o ministro da Saúde.
Durante a estada nos Estados Unidos, o ministro das Saúde, Luiz Henrique Mandetta foi indicado como coordenador mundial da Stop TB. O programa é um mecanismo da OMS que tem como meta trabalhar os casos de tuberculose no mundo. A posse, no entanto, será em dezembro, em Jacarta, capital da Indonésia. O ministro aproveitou para ressaltar que a tuberculose é a doença infecciosa que, isoladamente, mais mata no mundo, por isso estabeleceu o tema como pauta mundial. No contexto da doença, há dificuldades de diagnóstico, de realização do tratamento completo, que é muito longo, cerca de seis meses, além da resistência aos antibióticos. “Vamos iniciar com um trabalho com a Inglaterra, com o sistema de saúde inglês, na resistência antimicrobiana. Vamos avançar naquilo que foi negligenciado por décadas”, afirmou Madetta.
Na visita ao Instituto Nacional de Saúde Americano, em Washington, D.C. o ministro da Saúde reabriu o caminho para as parcerias em pesquisa e troca de tecnologia em saúde. Segundo Madetta, de agora até o final do ano, o Brasil se prepara para lançar o projeto genoma, que trará plataformas que vão ser a tônica do século 21. “A terapia genética é a grande fronteira da ciência médica. Estamos atrasados nisso e precisamos investir na terapia gênica. Por meio dela, poderemos ter soluções para doenças como câncer, Alzheimer e diabetes”, disse.
Para isso, foi feita uma tratativa para que o Brasil tenha acesso à transferência de tecnologia e formação junto aos centros de pesquisa norte-americanos. Nesse contexto, serão incluídos os centros de pesquisa públicos, como o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Butantan e o Instituto Evandro Chagas (IEC). Segundo o ministro, os americanos têm bastante interesse nos vírus mais comuns nas florestas tropicais, como as arboviroses. “Com isso devemos trabalhar mais próximo ao Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, que no Brasil só tinha um escritório, onde praticamente a atenção estava voltada somente ao HIV. Devemos ampliar a troca de informações com os americanos. A partir do final do ano começamos a repensar todo um protocolo de colaboração e pesquisa para essa troca de informação e tecnologia em arbovirose, flavivírus e produção de vacinas. O encontro foi extremamente proveitoso”, concluiu.
Silvia Pacheco, da Agência Saúde
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