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Brasil sedia reunião de Ministros do BRICS
Evento reúne os cinco países que compõem o bloco para buscar colaborações inovadoras para promoção da saúde e prevenção de doenças. Juntos, os países emergentes concentram 42% da população mundial
A inovação no tratamento da tuberculose, a necessidade de ampliação das coberturas vacinais, o fortalecimento da rede de Banco de Leite Humano no cuidado a bebês prematuros e a qualificação no cuidado à saúde da população na Atenção Primária. Estes são alguns dos temas discutidos durante a IX Reunião de Ministros da Saúde do BRICS, grupo de países com economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O evento, realizado em Curitiba (PR), foi encerrado nesta sexta-feira (25) com a adoção, pelos Ministros de Estado da Saúde, da “Declaração da IX Reunião de Ministros da Saúde do BRICS”, que prevê compromissos a serem seguidos pelos países.
Durante o encontro, cada um dos ministros apresentou um tópico de discussão a partir de ações já executadas em seus países que podem inspirar os demais integrantes do grupo, além de indicarem sugestões de cooperações no âmbito do BRICS.
Hoje, nosso país recebeu ministros de Saúde do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para, juntos, discutirem colaborações inovadoras em prevenção de doenças, tratamentos e promoção da saúde.
— Ministério da Saúde (@minsaude) 25 de outubro de 2019
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O ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, garantiu que o fortalecimento da Atenção Primária é prioridade no país e pediu esforço dos países do BRICS para a adoção de ações voltadas à promoção de saúde e não apenas ao tratamento de doenças. “No Brasil, criamos uma secretaria focada na Atenção Primária. Lançamos o programa Saúde na Hora, que chega a dobrar os repasses federais para unidades de saúde que ampliarem o horário de atendimento ao cidadão. Credenciamos mais de 10 mil novas equipes e serviços. Lançamos o programa Médicos pelo Brasil para levar médicos para as áreas mais carentes do país. Estamos desenvolvendo ainda um novo modelo de financiamento da Atenção Primária, que privilegia bons indicadores de efetividade e desempenho”, destacou.
BRASIL LIDERA AÇÕES
O ministro Luiz Henrique Mandetta compartilhou ainda a experiência brasileira com a rede de Banco de Leite Humano, que alia baixo custo com alta qualidade no cuidado ao recém-nascido, o que aumenta a eficácia da iniciativa para reduzir a mortalidade neonatal. O Brasil possui a maior e mais complexa rede de banco de leite do mundo, sendo referência internacional para mais de 20 países por utilizar estratégias que aliam baixo custo e alta tecnologia. Há 225 Bancos de Leite Humano no Brasil, sendo que cada um dos 26 estados e o Distrito Federal possui pelo menos um.
“Neste ano, em agosto, o Brasil organizou o 1º Workshop do BRICS sobre Bancos de Leite Humano. Lá demos um passo muito importante quando assinamos a declaração em que nos comprometemos a unir esforços para criar a primeira Rede de Bancos de Leite Humano do BRICS”, lembrou Mandetta.
Neste ano, o Brasil lidera a estratégia de luta global contra a tuberculose . O país também está na Presidência Pro-Tempore dos BRICS e, até o final do mandato brasileiro, o Ministério da Saúde busca fortalecer a atuação dos pesquisadores e dos países para o avanço e desenvolvimento de iniciativas inovadoras em tuberculose. Os BRICS concentram 40% dos óbitos por tuberculose no mundo e, por isso, o empenho do bloco é fundamental para eliminação da doença como problema de saúde pública.
Em julho, o Ministério da Saúde se comprometeu a investir R$ 16 milhões para financiar o desenvolvimento de pesquisas sobre tuberculose no âmbito do BRICS. A ideia é fomentar novas intervenções, esquemas terapêuticos e medicamentos, além de novos métodos de diagnóstico e acesso ao tratamento da doença. A chamada pública deve ser lançada até o final do ano e contemplará instituições brasileiras que atuarão em parceria com outros pesquisadores dos países que integram o bloco.
Outra iniciativa do Brasil para a Presidência Pro-Tempore do BRICS foi realização, na última quarta-feira (23), do 5º Encontro de Agências Reguladoras do BRICS, em Brasília. Na ocasião, foi concluída o Memorando de Entendimento (MoU) sobre Cooperação no Campo da Regulação de Produtos Médicos para Uso Humano. A iniciativa reafirma o compromisso do grupo de países com o fortalecimento do sistema regulatório de medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde.
AUMENTO DA COBERTURA VACINAL
Durante o encontro, os ministros reafirmaram à vontade de alcançar a cobertura universal de saúde. Neste ano, pela primeira vez, o Governo do Brasil estabeleceu a cobertura vacinal como meta prioritária para a gestão de saúde no país. Por isso, lançou o “Movimento Vacina Brasil - É mais proteção para todos”, que visa reverter o quadro de queda das coberturas vacinais no país registrado nos últimos anos. Durante a 72ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, na Suíça, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em nome do Brasil, defendeu que a ampliação da cobertura vacinal deve ser prioridade para o mundo devido ao atual cenário de intenso fluxo de pessoas.
O Ministério da Saúde também lançou o Movimento Vacina Brasil nas Fronteiras para vacinação contra a febre amarela e sarampo em cinco cidades que fazem fronteira com o Brasil na Argentina, Paraguai e Uruguai. Neste mês, o Governo do Brasil já liberou R$ 103 milhões, metade do bônus de R$ 206 milhões criado para incentivar os municípios a vacinar em massa crianças entre seis meses e cinco anos de idade. Também garantiu a maior distribuição de vacina contra o sarampo dos últimos dez anos: serão 60,2 milhões de doses para 2019 e 65,4 milhões em 2020.
VISITA A UNIDADES DE SAÚDE
Em Curitiba, o ministro Luiz Henrique Mandetta e os demais ministros do BRICS visitarão ainda o Hospital Infantil Pequeno Príncipe, que é referência no atendimento a crianças e adolescentes em mais de 30 especialidades, entre elas transplante de medula óssea, ortopedia, cardiologia e doenças raras. A unidade hospitalar, que completa 100 anos neste mês, é filantrópica e destina 70% da sua capacidade de atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda na capital paranaense, a delegação do BRICS visitará o Hospital do Idoso Zilda Arns, especializado no atendimento a idosos. No ano passado, a maior parte dos atendimentos foram na faixa-etária de 81 a 90 anos.
Por Natália Monteiro, da Agência Saúde
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