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Brasil apresenta nos EUA experiência de acolhimento a migrantes
Ministros da Saúde dos países das Américas e dos EUA se reúnem na OPAS para buscar soluções de saúde e mobilização de recursos frente ao aumento da migração
Em busca de soluções de saúde frente à ampliação da migração, ministros da Saúde da região das Américas se reúnem nesta quinta e sexta-feira (29 e 30), em Washington, nos Estados Unidos. Na pauta estão o fortalecimento da capacidade de vigilância e resposta em saúde no contexto da migração, intervenções prioritárias para prevenir e controlar surtos, e o panorama de saúde, envolvendo recursos humanos, capacidade laboratorial, vacinas, mobilização de recursos e financiamento de intervenções de saúde para migrantes e populações de países que recebem imigrantes. O Ministro da Saúde do Brasil, Gilberto Occhi, participa do evento, junto com os ministros de Saúde dos Estados Unidos, Venezuela, Colômbia, Peru, Equador, México, Guatemala e Trinidad e Tobago.
Nesta quinta-feira, o ministro Gilberto Occhi participou da Reunião Ministerial Regional sobre Migração em Massa e Saúde, na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que debateu o impacto da migração em massa nos sistemas de saúde da região, além de tratar questões relacionadas à vigilância e ao controle de doenças e evitar retrocessos sanitários.
A Mesa Redonda de Ministros da Saúde está prevista para esta sexta-feira (30). Organizada pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos do Estados Unidos, a reunião contará com a presença de ministros da saúde de países do continente americano. Durante a reunião, também será discutida a situação migratória no continente com foco, em especial, para as doenças preveníveis por vacinação, serviço de saúde resiliente, sistema de vigilância e informação, e acesso a vacinas e medicamentos. Além disso, essa mesa redonda pretende aprofundar as discussões iniciadas na reunião realizada na OPAS.
Experiência brasileira
Durante as reuniões, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, apresentará a resposta brasileira frente ao intenso fluxo de migração venezuelanos e sobrecarga do sistema de saúde, especialmente, no estado de Roraima. Em 2017, o Brasil recebeu 33.866 pedidos de refúgio, sendo 53% de venezuelanos, 7% haitianos, 7% cubanos, 6% angolanos.
O Ministério da Saúde, junto com gestores estaduais e municipais, tem fortalecido o sistema de vigilância epidemiológica e a resposta a ameaças à saúde, bem como proporcionado assistência aos migrantes, com foco na Atenção Básica, incluindo a oferta de vacinas, acompanhamento de portadores de doenças crônicas e pré-natal.
Os investimentos em saúde, entre 2017 e 2018, em resposta à demanda migratória já somam US$ 52 milhões no estado de Roraima. Esses recursos permitiram a realização de ações voltadas à vigilância em saúde e imunização, expansão do atendimento hospitalar, ampliação de leitos de cuidados intensivos pediátricos, contratação de médicos, entrega de ambulâncias a aumento de recursos custeio da atenção básica e hospitalar para o Estado.
Sarampo
Desde o início deste ano, até 27 de novembro, foram confirmados 10.163 casos de sarampo no Brasil. Atualmente o país enfrenta dois surtos de sarampo: no Amazonas com 9.695 casos confirmados e, em Roraima, com 347 casos. Os surtos ocorridos esse ano estão relacionados à importação, já que o genótipo do vírus (D8), que está circulando no Brasil, é o mesmo que circula na Venezuela, país com surto da doença desde 2017. Alguns casos isolados, e também relacionados à importação, foram identificados em outros estados do país.
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Por Ana Cláudia Amorim, da Agência Saúde
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