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Saúde Indígena
DSEI Médio Rio Purus realiza Reunião de Planejamento Interinstitucional para a Ação Integrada da Saúde da Criança Indígena
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Médio Rio Puruspromoveu, no município de Lábrea (AM), a primeira reunião de articulação interinstitucional com meta a estabelecer um plano de ação voltado a ampliar a atenção integral da saúde das crianças indígenas da calha do Rio Cuniuá.
O encontro contou com a participação de representantes do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Pastoral da Criança, Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (FOCIMP), Fundação Jovens com Uma Missão (JOCUM), Conselho Distrital de Saúde Indígena do Médio Rio Purus (CONDISI MRP), Hospital Regional de Lábrea (HRL), Associação das Mulheres Indígenas do Médio Purus (AMIMP), além deprofissionais do DSEI.
O objetivo do encontro foi promover a construção conjunta de um Plano de Ação para patologias e cuidados de saúde das crianças indígenas da etnia Madiha Deni, do Rio Cuniuá. A finalidade do plano é intensificar as ações visando a redução da morbimortalidade infantil por causas evitáveis.
O resultado aguardado com a proposta é que através do fortalecimento e a ampliação dos programas de proteção e atenção integral à saúde da criança indígena se garanta o direito à saúde e a qualidade de vida das crianças, mulheres e famílias indígenas. “Esperasse, ainda, que as ações previstas ao longo do Projeto intitulado Patologias e Cuidados Madiha Deni, venha fortalecer as ações de saúde em área, minimizando os riscos e impactos ocasionados pelos intensos deslocamentos da referida população além de contribuir para valorização dos aspectos socioculturais dos Madiha, buscando compreender seus mecanismos próprios de alimentação, dinâmica social e práticas de saúde”, explica Gisele Franco, responsável técnica de Vigilância Alimentar e Nutricional do Distrito Sanitário Especial Indígena Médio Rio Purus.
DISCUSSÃO
Durante a reunião, foi apresentada a relação entre o quadro epidemiológico da população e os aspectos cosmológicos e culturais que orientam o sistema alimentar e a construção da pessoa Madiha Deni no âmbito de sua sociedade. Também foram apontados diversos agravos que inferem sobre os índices de mortalidade infantil e déficit nutricional das crianças.
“Aqui, destacou-se a necessidade de dialogarmos diretamente com os agentes de saúde indígena, conselheiros locais e professores, afim de produzirmos materiais didáticos na língua Deni para que os próprios indígenas sejam protagonistas das ações de saúde em suas aldeias.”, complementa Gisele.
A liderança indígena Kanynary Apurinã, representante da Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (FOCIMP), destacou a importância de inserir as lideranças no trabalho conjunto da saúde, fortalecendo as ações e capacitações dos mesmos através da disponibilização de materiais didáticos que tratem da importância da saúde, da alimentação e amamentação.
João Néri, vice-presidente do CONDISI, também salientou a importância das parcerias interinstitucionais, que só contribuem para minimização dos agravos e melhoria do bem viver das populações indígenas do Purus.
AGENDA INTEGRADA
A Agenda Integrada de Ações de Saúde da Criança Indígena é uma estratégia elaborada pela SESAI/MS, em parceria com a Secretaria de Atenção à Saúde - SAS do Ministério da Saúde, que tem a finalidade de reduzir o adoecimento e óbitos infantis por causas evitáveis.
Estas ações estão previstas na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC), distribuídas nos seguintes eixos: a atenção humanizada e qualificada à gestação, parto, nascimento e recém-nascido; aleitamento materno e alimentação complementar saudável; promoção e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento integral; atenção a crianças com agravos prevalentes na infância e com doenças crônicas; atenção à criança em situação de violências, prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz; atenção à saúde de crianças com deficiência ou em situações específicas e de vulnerabilidade; e vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno.
Por Felipe Nabuco, do Nucom Sesai
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