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Saúde Indígena
Ações preventivas de saúde da mulher são realizadas na região do Alto Rio Negro (AM)
Com o objetivo de garantir a continuidade do acompanhamento ginecológico de mulheres indígenas do Alto Rio Negro, no extremo oeste do Amazonas, a Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (Sesai/MS) realiza, nesta semana, mais um mutirão de ações para o cuidado da saúde da mulher.
Nesse ano, em articulação com o Projeto Xingu, a Sesai/MS promove uma nova ação coletiva para avaliação ginecológica e prevenção ao colo do útero, que também é realizada no município de São Gabriel da Cachoeira (AM). No ano passado, equipes de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Negro e médicos e enfermeiros dos Expedicionários da Saúde (EDS), com apoio do Exército Brasileiro, realizaram pela primeira vez a atividade.
O objetivo da ação é ofertar avaliação ginecológica e exames de colposcopia, serviço não disponível na rede local de atenção, com o intuito de garantir assistência qualificada, promover resolutividade e cuidado integral, reduzindo a necessidade de períodos de longa permanência das mulheres indígenas fora de seus domicílios, bem como o deslocamento de seus familiares e filhos pequenos até a capital.
Estão previstos mais de 30 atendimentos para mulheres indígenas de 25 etnias, com idades entre 20 e 68 anos, que moram em diversas comunidades. O acompanhamento está sendo realizado por uma médica especialista, auxiliada por uma servidora da Sesai/MS e profissionais do DSEI ARN. Após os exames, havendo necessidade de acompanhamento ou prosseguimento de tratamento de maior complexidade, as indígenas terão seu encaminhamento médico garantido para a rede estadual de saúde.
O DSEI Alto Rio Negro, no extremo oeste do Amazonas, atende a uma população com quase 42 mil indígenas, sendo 20.483 mulheres.
Ação anterior
A ação realizada em 2017 foi inédita na região e possibilitou que 65 mulheres, residentes em comunidades afastadas do município, recebessem avaliação ginecológica, com encaminhamento imediato para Cirurgias de Alta Frequência (CAF) em 16 delas. O procedimento é uma intervenção cirúrgica que demora em média 30 minutos, e que ajuda a diminuir em até 100% as chances de desenvolvimento do câncer de colo do útero.
Ações de saúde da mulher na região
O trabalho das equipes do DSEI ARN com foco na saúde das mulheres indígenas envolve inúmeras outras ações. Enfermeiros, médicos e agentes de saúde indígena realizam ações educativas, como rodas de conversa nas comunidades, para esclarecimentos sobre métodos preventivos de doenças sexualmente transmissíveis e outros cuidados para a saúde feminina, como exames preventivos de papanicolau e autoexame de mama, além da orientação para o planejamento familiar e gestação de risco, principalmente para mulheres jovens.
Sesai e a saúde da mulher
Em 2017, a fim de ampliar as discussões acerca da atenção à saúde ofertada às mulheres indígenas, a SESAI apoiou a realização da 1ª Conferência Livre de Saúde das Mulheres Indígenas, que resultou em um conjunto de 69 propostas, reunidas na Carta das Mulheres. Além disso, a conferência livre fortaleceu a participação das mulheres indígenas no processo da 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres, realizada em agosto do ano passado.
As propostas que compõem a Carta das Mulheres foram organizadas em 9 tópicos: Pré-natal, parto e puerpério; planejamento familiar; Prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e do câncer de colo de útero; Saúde mental e prevenção da violência contra as mulheres indígenas; Contratação, formação e capacitação dos profissionais de saúde que atendem às populações indígenas; Atendimento nas unidades de referência do SUS nos estados e municípios; Gestão e controle social da saúde indígena; Alimentação, acesso à água e sustentabilidade; e Impactos de empreendimentos à saúde.
A área de saúde das mulheres da Sesai/MS, em consonância com a Constituição Federal e determinações das Leis Orgânicas, atribui grande valor às instâncias populares na fiscalização e controle das ações do Estado, considerando as especificidades de cada grupo étnico para a organização da atenção à saúde. Dessa forma, a Secretaria, além de desenvolver as ações previstas em anos anteriores, vem se reorganizando de forma a atender aos anseios apresentados pelas mulheres indígenas nas propostas contidas na carta e seguidas de demandas de todas localidades do país.
Por Tiago Pegon, do Nucom Sesai
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