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9,5 milhões ainda não vacinaram contra gripe. Campanha termina na sexta
Deste total, 4,4 milhões são crianças menores de 5 anos. Municípios que tiverem estoques da vacina da gripe podem, a partir de 25 de junho, ampliar a vacinação para crianças de cinco a nove anos de idade e adultos de 50 a 59 anos
A Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe termina nesta sexta-feira (22/6) e 9,5 milhões de pessoas que fazem parte do público-alvo ainda não se vacinaram. Destes, 4,4 milhões são crianças menores de cinco anos. Na última semana, as baixas coberturas vacinais registradas acenderam um alerta e o Ministério da Saúde decidiu prorrogar por mais uma semana a campanha. A preocupação da Pasta é com a proximidade do inverno, período de maior circulação dos vírus da gripe. Também é preocupante o número de casos e mortes registrados no Brasil, que já dobraram na comparação com o mesmo período do ano passado.
Ao anunciar a prorrogação, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, convocou toda a população para a responsabilidade de se vacinar contra a gripe. “A doença não tem cara, ela não manda recado e a melhor forma de evitar a doença é com a prevenção, portanto com se vacinar. Por isso, é importante que todos saibam que a saúde é responsabilidade de todos. Não basta que o governo federal disponibilize 60 milhões de doses da vacina é necessário que a população também se interesse em vacinar e que perceba o risco de morte por complicações da gripe”, ressaltou o ministro.
Desde o início da campanha, em 23 de abril, 80,7% da população prioritária buscaram os postos de saúde. A meta é vacinar contra a gripe 54,4 milhões de pessoas. Após o fim da campanha, caso haja disponibilidade de vacinas nos estados e municípios, a vacinação contra a gripe poderá ser ampliada para crianças de cinco a nove anos de idade e adultos de 50 a 59 anos. O Ministério da Saúde reforça a importância dos estados e municípios continuarem a vacinar contra a gripe os grupos prioritários, em especial, crianças, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, público com maior risco de complicações para a doença.
Além da mobilização da população é importante o engajamento de estados e municípios, alerta o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Osnei Okumoto. “É fundamental que os gestores locais de saúde também se mobilizem para ampliar a procura pela vacina e incentivar a ida aos postos de saúde. A responsabilidade pelo sucesso da campanha é compartilhada entre os governos federal, estaduais e municipais”, destacou o secretário de Vigilância em Saúde.
Até esta segunda-feira (18), 44,8 milhões de pessoas em todo país foram vacinadas. As crianças de seis meses a cinco anos de idade e as gestantes, um dos grupos prioritários mais vulneráveis à gripe, registram o menor índice de vacinação contra a gripe, com cobertura de apenas 65% e 68,9%, respectivamente. Já o público com maior cobertura da vacina contra a gripe, é de professores, com 95,1%, seguido pelas puérperas (94,1%), idosos (88,7%) e indígenas (88,5%). Entre os trabalhadores de saúde, a cobertura de vacinação está em 86,8%.
A escolha dos grupos prioritários para a vacinação contra a gripe segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.
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VACINAÇÃO DA GRIPE POR REGIÃO
A região sudeste é a que tem menor cobertura vacinal contra a gripe até o momento, com 74,62%. Em seguida estão as regiões norte (74,67%), sul (83,4%), nordeste (86,8%) e centro-oeste com a melhor cobertura, de 95,4%. Entre os estados, Goiás, Amapá, Distrito Federal, Ceará, Espírito Santo e Alagoas possuem cobertura vacinal contra a gripe acima de 90%. Os estados com as taxas mais baixas de vacinação contra a gripe são Roraima, com 56% e Rio de Janeiro, com 61,1%.
CASOS DE GRIPE NO BRASIL
O último boletim de influenza do Ministério da Saúde aponta que, até 16 de junho, foram registrados 3.122 casos em todo o país, com 535 óbitos. Do total, 1.885 casos e 351 óbitos foram por H1N1. Em relação ao vírus H3N2, foram registrados 635 casos e 97 óbitos. Além disso, foram 278 registros de influenza B, com 31 óbitos e os outros 324 de influenza A não subtipado, com 56 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 1.301 casos e 219 óbitos por complicações relacionadas à gripe.
Entre as mortes em decorrência dos vírus da influenza, a mediana da idade foi de 54 anos. A taxa de mortalidade por influenza no Brasil está em 0,26% para cada 100.000 habitantes. Dos 535 indivíduos que foram a óbito por influenza, 393 (73,5%) apresentaram pelo menos um fator de risco para complicação, com destaque para adultos maiores de 60 anos: cardiopatas, diabetes mellitus e pneumopatas. Esse público é considerado de risco para a doença, por isso a vacina contra a gripe é garantida gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
[table]
UF |
Doses distribuídas |
Público-alvo |
Doses aplicadas |
Cobertura vacinal |
RO |
428.600 |
389.605 |
292.387 |
75,8% |
AC |
239.200 |
217.406 |
155.458 |
71,8% |
AM |
1.130.200 |
1.027.397 |
724.854 |
70,2% |
RR |
219.400 |
181.240 |
100.692 |
56% |
PA |
2.063.000 |
1.875.150 |
1.438.191 |
74,1% |
AP |
195.400 |
177.555 |
177.800 |
99,6% |
TO |
406.600 |
369.567 |
339.808 |
89,5% |
MA |
1.858.500 |
1.689.524 |
1.507.361 |
88% |
PI |
888.900 |
808.005 |
716.273 |
85,3% |
CE |
2.515.300 |
2.286.580 |
2.220.503 |
94,5% |
RN |
967.400 |
879.430 |
790.251 |
85,8% |
PB |
1.176.700 |
1.069.715 |
958.536 |
88,3% |
PE |
2.639.300 |
2.399.361 |
2.095.152 |
86,5% |
AL |
866.700 |
787.908 |
742.993 |
91,2% |
SE |
562.700 |
511.525 |
435.016 |
83,8% |
BA |
4.013.600 |
3.648.652 |
2.966.654 |
81,4% |
MG |
6.153.100 |
5.593.649 |
5.000.302 |
87,5% |
ES |
1.060.400 |
963.932 |
910.971 |
92,6% |
RJ |
5.007.600 |
4.552.323 |
2.858.860 |
61,1% |
SP |
13.808.000 |
12.552.136 |
9.296.422 |
72,6% |
PR |
3.467.900 |
3.152.607 |
2.657.816 |
85,4% |
SC |
2.058.400 |
1.871.189 |
1.660.101 |
85,9% |
RS |
4.015.800 |
3.650.691 |
2.944.794 |
80,3% |
MS |
811.200 |
737.395 |
632.573 |
83,5% |
MT |
850.500 |
773.158 |
703.941 |
87,1% |
GO |
1.812.600 |
1.593.242 |
1.786.714 |
105,1% |
DF |
788.500 |
706.988 |
716.122 |
95,8% |
BRASIL |
60.005.500 |
54.465.930 |
44.830.545 |
80,7% |
[/table]
Por Amanda Mendes, da Agência Saúde
Atendimento à imprensa
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