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Saúde Indígena
Operação Gota leva vacinas a regiões de difícil acesso
De maio a setembro deste ano, indígenas, populações rural e ribeirinha, residentes em aproximadamente 785 localidades de mais difícil acesso geográfico em 25 municípios nos estados do Amazonas, Acre, Pará e Amapá são vacinadas contra várias doenças imunopreveníveis como sarampo, febre amarela e meningite. Trata-se da Operação Gota, uma ação do Ministério da Saúde que, com o apoio de aeronaves da Força Aérea Brasileira, leva vacinas, ofertadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), aos locais onde é difícil chegar por outro meio de transporte.
Dessa forma, a Operação Gota visa o controle e a manutenção da eliminação ou erradicação de doenças imunopreveníveis (que podem ser evitadas com uso de vacinas) no território brasileiro, contribuindo para a qualidade de vida dessas populações. De acordo com Ana Goretti, coordenadora substituta do PNI, a Operação Gota é uma ação importante enquanto política pública, “pois busca garantir a consolidação do direito à saúde, viabilizada pelo acesso a todos os cidadãos brasileiros às vacinas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), diante dos preceitos constitucionais de equidade e universalidade das ações e serviços de saúde.”
Parceria para facilitar o acesso a vacinas
Essa operação conta com o apoio da Força Aérea Brasileira para o deslocamento das equipes e transporte das vacinas, por meio de Acordo de Cooperação Técnica com o Ministério da Defesa que envolve o repasse de recursos do Ministério da Saúde. Para a edição deste ano, o valor do repasse ao Ministério da Defesa para o custeio do transporte aéreo é de R$ 5,1 milhões.
Além disso, conta com as parcerias das secretarias estaduais e municipais de Saúde e dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) das localidades envolvidas para a realização das atividades de imunização.
Este ano, ao todo, deverão ser realizadas 10 missões para levar a essas localidades, cerca de 12,5 mil doses de vacinas previstas tanto no Calendário Nacional de Vacinação quanto no Calendário Básico de Vacinação Indígena. A vacinação nessas localidades ocorrerá de forma seletiva e conforme a situação vacinal encontrada de cada indivíduo. A ação, que começou no dia 20 de maio e prossegue até 26 de setembro, envolve dezenas de profissionais entre militares do Ministério da Defesa e da Aeronáutica, enfermeiros, técnicos de enfermagem, profissionais das secretarias estaduais e municipais de Saúde, do PNI, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), dos Distritos Sanitários Especiais indígenas (DSEIs) e uma grande logística de transporte com estrutura de refrigeração para a garantia da qualidade dos imunobiológicos a serem ofertados.
Operação Gota oferta vacinas há 25 anos
A Operação Gota teve início em 1993, após a notificação de surtos de sarampo em populações indígenas das regiões do Purus, Juruá e Solimões. Desde então, se consolidou no país como uma ação imprescindível para a realização de multivacinação em áreas de difícil acesso.
O resultado é que hoje a Operação Gota é um exemplo de responsabilidade social compartilhada, levando vacinas e, consequentemente, a promoção da saúde para indígenas, população rural e ribeirinha, residentes em locais de difícil acesso geográfico, colocando em prática o princípio da equidade preconizado pelo Sistema Único de Saúde.
Em 2017, essa ação beneficiou mais de 9,2 mil pessoas de 296 localidades nos estados do Amazonas, Pará, Acre e Amapá com a aplicação de 13,7 mil doses das diversas vacinas ofertadas pelo PNI.
Por Ana Cláudia Amorim, da Agência Saúde
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