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Em Fortaleza, cai 21% o número de pessoas que dirigem embriagadas
Entretanto, número de mortes por acidentes de trânsito apresenta crescimento no Ceará, de 2008 para 2016
De 2011 para 2017, diminuiu em 21% a frequência de pessoas, em Fortaleza (CE), que conduzem veículos motorizados após consumir bebidas alcóolicas. É o que mostram os dados levantados através da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. Em 2011, a frequência de motoristas de Fortaleza que admitiram dirigir sob efeito de álcool era de 7,6%, enquanto em 2017 foi registrado o índice de 6%. No Brasil a frequência desse hábito aumentou em 16%.
O Vigitel é uma pesquisa realizada em todas as capitais do país, por telefone, com adultos maiores de 18 anos. Em Fortaleza, foram entrevistadas 2.027 pessoas entre fevereiro a dezembro de 2017. Dessas 725 eram homens e 1.302 mulheres.
Na capital cearense, os homens ainda são os que mais se arriscam no estado dentro desse percentual, representam 11% da população, enquanto as mulheres tiveram o índice igual a 2%. Quando analisado o Brasil, o fato não muda, os homens representam 11,7% enquanto que as mulheres são 2,5%.
A Diretora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Fátima Marinho, explica que, pela pesquisa, observa-se prevalentemente que os homens continuam a se arriscar mais do que as mulheres. “Esse é um perfil mundial, mas que no Brasil agrava a situação devido à infraestrutura que o país oferece aos condutores. É necessário ser mais prudente, pensar que os acidentes de trânsito podem matar e causar graves sequelas. Da mesma forma, os governos também precisam rever como podem tornar as vias melhores e mais seguras”, enfatizou.
A pesquisa ainda mostra que entre as cinco capitais onde mais se pratica o consumo de álcool ligado a direção estão Palmas (16,1%); Florianópolis (15,3%); Cuiabá (13,5%); Boa Vista (11,6%); e Campo Grande (11,3%). O hábito também é menos praticado em Recife (2,9%); Maceió (3,4%); Rio de Janeiro (4%); Vitória (4,1%) e Porto Alegre (4,8%).
ÓBITOS POR ACIDENTES DE TRÂNSITO
Os números de mortes por acidentes de trânsito no Ceará cresceram em 17%, entre os anos de 2008 e 2016. Nesta terça-feira (19) a Lei Seca completou 10 anos de vigência no país, quando
foi implementada, em 2008, o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde registrou 1.676 óbitos por essa causa, em 2016, foram 1.962 casos.
Há tendência de redução se comparado ao ano de 2012, quando a lei sofreu sua primeira alteração, tornando-se mais rígida com o aumento da multa para condutores flagrados dirigindo alcoolizados. Em 2012, 2442 pessoas morreram vítimas de acidentes no trânsito. Comparado a 2016, a frequência caiu em 19,7%.
No Brasil, percebe-se que esse número de mortes caiu em apenas 2,4%. Em 2008, foram registrados 38.273 óbitos, enquanto que em 2016 apontam a queda para 37.345 casos. A redução comparado a 2012 é maior, sobe para 16,7%, nesse ano 44.812 pessoas morreram vítimas de acidentes no trânsito.
Em todo o Brasil, os estados que mais registraram essa queda foram o São Paulo (25,4%), Espírito Santo (21,8%), Santa Catarina (19,0%), Distrito Federal (17,5%) e Paraná (15,9%). Em contrapartida houve o aumento da mortalidade no Pará (39,4%), Maranhão (39%), Piauí (37,2%), Bahia (36,8%), Tocantins (26,5%),
Por regiões, o aumento se deu no Nordeste (26,4%) e no Norte (23%), enquanto que a redução ocorreu no Sudeste (18,6%); Sul (15,5%) e Centro-Oeste (1,9%). Em números de óbitos registrados no ano de 2008 e 2017, passaram de 2.718 para 3.344 no Norte; 9.282 para 11.734 no Nordeste; 3.927 para 3.852 no Centro-Oeste; 15.189 para 12.369 no Sudeste; e de 7.157 para 6.046 no Sul.
INTERNAÇÕES
O número de internações ao contrário do de óbitos cresceu em todo o país. No Ceará, o Sistema de Informações Hospitalares (SIH) mostra que 7541 pessoas foram internadas devido a acidentes de trânsito em 2009. Esse quantitativo subiu em 59,8% em 2016, quando foram registradas 11568 internações. Os gastos com esses atendimentos de saúde passaram de R$ 4 milhões para R$ 16,3 milhões, no estado.
No Brasil, em 2009, a pasta registrou 125.060 internações no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo condutores, passageiros e pedestres que haviam se acidentado no trânsito. Em 2016, 178.974 pessoas foram internadas e tratadas, um percentual 43,1% superior ao primeiro ano da lei seca. O valor gasto em 2016 foi de R$ 252,7 milhões.
Por Ingrid Castilho, da Agência Saúde
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