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Em Belém, sobe 43% número de pessoas que dirigem embriagados
O número de mortes por acidentes de trânsito sofreu alta em 39,4% no Pará de 2008 para 2016
De 2011 para 2017, cresceu em 43,4% a frequência de pessoas, em Belém (PA), que admitem conduzir veículos motorizados após consumir bebidas alcóolicas. Em 2011, a frequência de motoristas de Belém que admitiram dirigir sob efeito de álcool era de 4,6%, enquanto em 2017 foi registrado o índice de 6,6%. É o que mostram os dados levantados através da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. No Brasil a frequência desse hábito aumentou em 16%.
O Vigitel é uma pesquisa realizada em todas as capitais do país, por telefone, com adultos maiores de 18 anos. Em Belém, foram entrevistadas 1.920 pessoas entre fevereiro a dezembro de 2017. Dessas 741 eram homens e 1.179 mulheres.
Na capital paraense, os homens ainda são os que mais se arriscam no estado dentro desse percentual, representam 12% da população, enquanto as mulheres são 2%. Quando analisado o Brasil, o fato não muda, os homens representam 11,7% enquanto que as mulheres são 2,5%.
A Diretora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Fátima Marinho, explica que, pela pesquisa, observa-se prevalentemente que os homens continuam a se arriscar mais do que as mulheres. “Esse é um perfil mundial, mas que no Brasil agrava a situação devido à infraestrutura que o país oferece aos condutores. É necessário ser mais prudente, pensar que os acidentes de trânsito podem matar e causar graves sequelas. Da mesma forma, os governos também precisam rever como podem tornar as vias melhores e mais seguras”, enfatizou.
A pesquisa ainda mostra que as cinco capitais onde mais se pratica o consumo de álcool ligado a direção são Palmas (16,1%); Florianópolis (15,3%); Cuiabá (13,5%); Boa Vista (11,6%); e Campo Grande (11,3%). O hábito também é menos praticado em Recife (2,9%); Maceió (3,4%); Rio de Janeiro (4%); Vitória (4,1%) e Porto Alegre (4,8%).
ÓBITOS POR ACIDENTES DE TRÂNSITO
Os números de mortes por acidentes de trânsito no Pará também cresceram em 39,4% entre os anos de 2008 e 2016. Nesta terça-feira (19) a Lei Seca completou 10 anos de vigência no país, quando a lei foi implementada, em 2008, o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde registrou 1.118 óbitos por essa causa, em 2016, foram 1.559 casos.
Houve redução de óbitos também se comparado 2016 ao ano de 2012, quando a lei sofreu sua primeira alteração, tornando-se mais rígida com o aumento da multa para condutores flagrados dirigindo alcoolizados. Em 2012, 1.541 pessoas morreram vítimas de acidentes no trânsito. Comparado a 2017, a frequência caiu em 1,2%.
No Brasil, percebe-se que esse número de mortes caiu em apenas 2,4%. Em 2008, foram registrados 38.273 óbitos, enquanto que em 2016 apontam a queda para 37.345 casos. A redução comparado a 2012 é maior, sobe para 16,7%, nesse ano 44.812 pessoas morreram vítimas de acidentes no trânsito.
Em todo o Brasil, os estados que mais registraram essa queda foram o São Paulo (25,4%), Espírito Santo (21,8%), Santa Catarina (19,0%), Distrito Federal (17,5%) e Paraná (15,9%). Em contrapartida houve o aumento da mortalidade no Pará (39,4%), Maranhão (39%), Piauí (37,2%), Bahia (36,8%), Tocantins (26,5%),
Por regiões, o aumento se deu no Nordeste (26,4%) e no Norte (23%), enquanto que a redução ocorreu no Sudeste (18,6%); Sul (15,5%) e Centro-Oeste (1,9%). Em números de óbitos registrados no ano de 2008 e 2017, passaram de 2.718 para 3.344 no Norte; 9.282 para 11.734 no Nordeste; 3.927 para 3.852 no Centro-Oeste; 15.189 para 12.369 no Sudeste; e de 7.157 para 6.046 no Sul.
INTERNAÇÕES
O número de internações ao contrário do de óbitos cresceu em todo o país. No Pará, o Sistema de Informações Hospitalares (SIH) mostra que 3058 pessoas foram internadas devido a acidentes de trânsito em 2009. Esse quantitativo subiu em 111,6% em 2016, quando foram registradas 6472 internações. Os gastos com esses atendimentos de saúde passaram de R$ 2,4 milhões para 6,1 milhões, no estado, nesse período.
No Brasil, em 2009, a pasta registrou 125.060 internações no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo condutores, passageiros e pedestres que haviam se acidentado no trânsito. Em 2016, 178.974 pessoas foram internadas e tratadas, um percentual 43,1% superior ao primeiro ano da lei seca. O valor gasto em 2016 foi de R$ 252,7 milhões.
Por Ingrid Castilho, da Agência Saúde
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