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Brasil passa a integrar força internacional de emergência em saúde
A iniciativa de ajuda humanitária tem como objetivo auxiliar países de todo o mundo em situações de emergências de saúde pública, como desastres e surtos
Foto: Rodrigo Nunes
Em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Ministério da Saúde está capacitando uma equipe de especialistas para atuar em situações de emergência em saúde em todo o mundo. Composta por profissionais experientes na atuação de surtos e desastres nacionais, esse grupo fará parte do programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) chamado Equipes Médicas de Emergência (EMT).
O compromisso assumido pelo país de integrar as EMT atende a um pedido feito, em março deste ano, pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, durante visita ao Brasil. Atualmente, instituições governamentais e não governamentais de dez países integram a Iniciativa: Alemanha, Austrália, China, Costa Rica, Equador, Israel, Japão, Nova Zelândia, Reino Unido e Rússia.
O Brasil já tem experiência em emergências em saúde pública, tanto em questão de desastre quanto de surto. Em contato com vários países, demonstramos sempre nossa capacidade de resposta. Esse grupo nos propõe o desafio de integrar a informação, de compor um grupo multiprofissional para que todos tenham acesso à mesma orientação para atuar em momentos de crises na saúde, para que se tenha uma resposta imediata", destacou o secretário de Vigilância em Saúde, Osnei Okumoto.
A iniciativa de ajuda humanitária tem como objetivo auxiliar países de todo o mundo a capacitar e fortalecer seus sistemas de saúde, coordenando o envio de profissionais (enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, paramédicos) para prestar atendimento clínico direto a populações afetadas por emergências e desastres em outros países ou mesmo dentro do próprio território.
Para o consultor para Desastres da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Fábio Evangelista, a experiência do Brasil em emergências de saúde vai ajudar muito as equipes internacionais. "O Brasil tem uma capacidade imensa instalada por conta de toda sua experiência ao longo dos anos fazendo um trabalho com doenças transmissíveis. Com vírus zika e a microcefalia, por exemplo, o Brasil teve uma resposta muito eficiente. Como o Brasil já construiu essa expertise ele pode aportar essa experiência para atender mais rapidamente e com qualidade problemas em outros países", afirmou Fabio Evangelista.
O convite feito ao Brasil reforça a expertise do país em respostas às emergências e desastres, inclusive com auxílio financeiro a outras nações. Alguns exemplos importantes de grandes mobilizações são: o auxílio brasileiro no terremoto no Haiti em 2010; os dois casos suspeitos de Ebola no país; a enchente na região serrana do Rio de Janeiro; o incêndio na boate Kiss, no Rio Grande do Sul; o rompimento da barragem em Mariana (MG); e os casos de microcefalia e alterações neurológicas vinculadas ao vírus zika.
Além disso, a preparação de grandes eventos no Brasil, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, contribuiu para a capacitação dos profissionais de saúde brasileiros. Foram fortalecidas estratégias operacionais e de assistência com equipes que ficaram de sobreaviso durante o período. Todas essas ações são possíveis com o apoio da Força Nacional do SUS, criada em 2011 e que, desde então, desenvolveu 43 missões de emergência em saúde no país.
EQUIPE BRASILEIRA
São 35 profissionais de diferentes áreas de atuação do Ministério da Saúde, Hospitais Federais, Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz), e Ministérios da Integração Nacional e Defesa. Assim como já acontece no Brasil com a Força Nacional do SUS (FNSUS), a equipe brasileira terá como objetivo assegurar rápida resposta na ocorrência de eventos de grande magnitude no mundo. A equipe estará em constante capacitação para atuar em várias áreas de emergência como surtos, múltiplas vítimas e desastres.
Todos os profissionais selecionados são da rede federal do Sistema Único de Saúde (SUS) e trabalham com algum tipo de emergência. Eles foram selecionados para que pudessem apoiar a estratégia nacional de fortalecimento das equipes da Força Nacional do SUS e atuar como multiplicadores da estratégia internacional nas Equipes Médicas de Emergência.
TREINAMENTO EM EMERGÊNCIA
Durante três dias, os profissionais participaram de uma oficina de capacitação na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para adequar seus padrões de atendimento a emergências aos padrões da iniciativa EMT. Outras capacitações específicas serão realizadas ao longo do ano junto a OPAS para a certificação desses profissionais.
As Equipes Médicas de Emergência (EMT) podem ser tipo 1 (atenção ambulatorial de emergência), 2 (atenção cirúrgica de emergência de nível hospitalar), 3 (atenção hospitalar de referência) e células adicionais de atenção especializada.
Por Amanda Mendes, da Agência Saúde
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