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Saúde Indígena
Encontro debate vigilância do óbito e sistemas de informação, em Manaus
Fortalecer as ações de vigilância do óbito, visando a melhoria dos indicadores de mortalidade, bem como a qualidade da atenção, em especial das ações voltadas à saúde da mulher e da criança. Este foi o objetivo do Encontro de Vigilância do Óbito e Sistemas SIM/SINASC, realizado em Manaus (AM) em maio deste ano, e que contou com a presença do coordenador-geral de Informações e Análises Epidemiológicas do Ministério da Saúde (CGIAE/SVS), Dácio Lyra Rabello, além de representantes dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), e de secretarias municipais e estaduais de saúde. Segundo ele, “o objetivo do evento foi o aprimoramento e integração das atividades de qualificação da Vigilância do Óbito Indígena, por meio de parcerias entres os DSEIs municípios e estados”.
O tema é uma prioridade para o Ministério da Saúde. Rabello ressaltou ainda que o principal ponto de debate foi a qualificação dos profissionais no uso dos sistemas de notificação de óbitos e nascimentos, a fim de garantir a redução do sub-registro dos óbitos indígenas e a qualidade do processo de notificação. De acordo com o coordenador, por meio de parcerias com secretarias estaduais e municipais, os profissionais dos DSEIs podem ter acesso a dados referentes a óbitos de indígenas em estabelecimentos hospitalares e podem revisar e acrescentar informações, por exemplo.
Segundo a enfermeira Karinne Ferreira, da área técnica de Vigilância do Óbito e Saúde da Criança, do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante, a aproximação com os municípios de abrangência do Distrito possibilitou uma melhoria na qualidade dos dados referentes às estatísticas vitais. “Não só estabelecemos fluxos com as secretarias municipais e estadual como também criamos, em 2016, um grupo de investigação de óbitos envolvendo todas as áreas do DSEI”, afirma. Um dos reflexos da implantação da metodologia foi também o direcionamento das ações nas aldeias a partir da construção do perfil epidemiológico da população assistida.
Confira a cobertura fotográfica da oficina
Já o enfermeiro Bruno Thomaz, responsável técnico de Saúde da Criança e Vigilância do Óbito no DSEI Yanomami, afirmou que o trabalho de busca ativa de causas de óbitos foi iniciado em 2014, a partir da participação de trabalhadores da saúde indígena em um curso para notificadores, oferecido pelo Governo de Roraima. Hoje, o DSEI recebe dos hospitais da região todos os dados referentes aos óbitos de indígenas nestes estabelecimentos, para que as informações sejam complementadas e, caso o óbito não esteja definido, sejam investigadas as causas. O conhecimento dos dados coletados, segundo ele, já repercute nas estatísticas vitais da população atendida, especialmente os relacionados a óbitos infantis e maternos por causas evitáveis.
Esta oficina é um desdobramento das ações previstas no âmbito da Agenda Integrada de Saúde da Criança Indígena, lançada em novembro de 2016 por meio de uma parceria entre a Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) e a SESAI. A Agenda tem como finalidade a redução da morbi-mortalidade infantil por causas evitáveis.
Foram capacitados durante a oficina Responsáveis Técnicos de Vigilância do óbito dos 34 DSEIs, e dos estados e municípios, além dos Responsáveis Técnicos pelo Sistemas de Informações dos DSEIs: Sistemas de Informações Atenção à Saúde Indígena (SIASI), e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), totalizando 120 participantes.
Por Beth Almeida, do Nucom Sesai
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