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Ministério da Saúde lança documentário sobre cooperação internacional no Haiti
Brasil investiu R$ 135 milhões na construção de hospitais e unidades de referência, após terremoto que assolou o país em 2010, permitindo o reestabelecimento pontual de atendimentos de saúde
Oito anos após o terremoto que devastou o país, o Haiti já realiza mais de 100 mil consultas médicas por ano, resultado da Cooperação Tripartite Brasil-Cuba-Haiti, estabelecida em 2010, e que se encontra em fase final de desenvolvimento. Foram disponibilizados pelo governo brasileiro R$ 135 milhões na capacitação de profissionais, construção/reforma de estruturas para atendimento de saúde no Haiti, bem como aporte financeiro para sua manutenção e funcionamento, durante a vigência da cooperação (PRODOC BRA 10/005).
Nesta segunda-feira (27), representantes dos Ministérios da Saúde brasileiro e haitiano, organismos internacionais como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), dentre outras representações, se reuniram na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em Brasília, para apresentar os frutos da Cooperação Tripartite, por meio do documentário chamado "Haiti - 12 Janvier", que retrata o processo de planejamento, pactuação e execução das ações no Haiti.
No evento, o secretário substituto da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, Jocelino Menezes, afirmou que tem orgulho das ações e resultados obtidos por meio da cooperação. “Nós testemunhamos que estamos juntos e somos um. No Brasil existe um Haiti e no Haiti também existe um Brasil. Somos todos irmãos”, disse.
O fortalecimento do sistema de saúde no Haiti se deu, principalmente, por meio da construção e reforma de 11 estruturas no país. São elas: três Hospitais Comunitários de Referência, um Instituto Haitiano de Reabilitação, uma Unidade de Tratamento Intensivo, três depósitos de vacinas, dois laboratórios de análises e, ainda, estruturação de um Centro de Ambulância.
Os hospitais comunitários estão equipados para atendimentos de urgência e emergência. Cada um deles possui 50 leitos para internações adulto/infantil e oferecem atendimentos em diferentes especialidades, exames clínicos e por imagens. Por meio do projeto também foram doados mais de 30 veículos, dentre ambulâncias, caminhões refrigerados e ônibus e, ainda, foram doadas 8 milhões de doses de vacinas.
O representante do Ministério da Saúde e da População do Haiti, Jean Henrys, explica que a decisão dos locais de implantação dos hospitais foi estratégica, a fim de permitir a divisão das demandas de atendimentos no país. As novas unidades de referência de saúde foram distribuídas propositalmente na zonas norte, sul, e em outras áreas distantes da capital, como na comunidade de Jeremie, que fica a 300 quilômetros de Porto Príncipe.
Henrys destacou que “a cooperação foi muito importante para o país, principalmente no ano de 2010, quando aconteceu o terremoto. Ela deu atenção às necessidades do povo haitiano e garantiu toda a flexibilidade necessária para lidar com os problemas que possui, tanto os sociais como os causados pela natureza. Uma lição de humanidade”.
A cooperação também permitiu a capacitação de diversos profissionais de saúde. Ao todo, 1.126 agentes de saúde, 53 inspetores e 276 auxiliares de enfermagem receberam incentivos para participarem de cursos e/ou formações e atualmente integram o quadro de colaboradores do Ministério da Saúde e da População do Haiti. Além deles, médicos foram especializados para garantir atendimentos de urgência e emergência.
A diretora do Departamento de Economia da Saúde (DESID) do Ministério da Saúde, Ana Cristina Wanzeler, destacou que, pela cooperação, o Brasil se aprimorou para atuação em situações de graves crises ambientais, catástrofes e calamidades. “É imensurável a quantificação deste aprendizado”, reforçou.
TERREMOTO NO HAITI
Em janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter, seguido de outros dois, atingiu o Haiti levando a morte mais de 300 mil pessoas, além de aproximadamente 350 mil feridos e mais de um milhão de desabrigados. O país perdeu quase todas as suas construções dentre elas estabelecimentos como hospitais, escolas, igrejas e até mesmo o palácio presidencial da capital Porto Príncipe.
Por Ingrid Castilho, da Agência Saúde
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