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ATENÇÃO P´RIMÁRIA
Florianópolis recebe etapa presencial da formação em Auriculoterapia
A Capital do Estado de Santa Catarina, foi cenário nos dias 2 e 3 de Agosto, da etapa presencial do Curso de Formação em Auriculoterapia para Profissionais da Atenção Básica – Pólo Florianópolis. Mais de 450 profissionais de saúde, vinculados à Atenção Básica, tiveram a oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre as técnicas estudadas na etapa em Educação a Distância (EaD).
O curso foi elaborado e promovido pela Coordenação Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde do Departamento de Atenção Básica, do Ministério da Saúde (CNPICS/DAB/MS), em parceira estratégica com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e, também, com a colaboração da Comissão de PICS da Cidade de Florianópolis – cidade que guarda um exitoso histórico de oferta e manuntenção das mais diversas modalidades destas práticas ao longo das últimas décadas.
Nesta etapa presencial os participantes tiveram a oportunidade de presenciar e vivenciar, durante cinco horas, na prática, parte do conteúdo estudado na primeira etapa do curso - realizado à distância com 75 horas, divididos em cinco módulos.
Ari Moré, médico do Hospital Universitário da UFSC, e coordenador-técnico do curso, ressalta que para a elaboração de conteúdo programático do curso, tanto em suas parte teórica quanto presencial, foi levantada uma extensa bibliografia que levou em conta parâmetros adotados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre formação em Auriculoterapia, bem como currículo e destaca que a etapa presencial “é muito importante, pois nesse momento o profissional de saúde aprenderá as técnicas de Auriculoterapia, algo que só em uma formação à distância não seria suficiente para o aluno aprender as técnicas de inspeção, de apalpação do pavilhão auricular, de inserção das sementes e de promover um tratamento seguro, efetivo e eficaz”.
Diferentes abordagens garantem maior assimilação do conteúdo
Moré também destaca que, na organização do curso, dada a riqueza da matéria tratada, foram levadas em conta três diferentes abordagens para a auriculoterapia. São trabalhados princípios da auriculoterapia segundo a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), apresentando conceitos como a teoria do Ying/Yang, trajeto dos meridianos e o entendimento próprio desta racionalidade em saúde, bem-estar e vitalidade; paralelo à MTC, o curso também aborda a modalidade sob as óticas da Reflexologia e da Biomedicina, aumentando assim, as possibilidades de interação dos profissionais com temas aos quais, em sua maioria, estão mais familiarizados dada a formação convencional na área de Saúde no país.
Um das participantes, Cleci Zanin, é diretora de saúde do município de Xanxeré, Santa Catarina, e, decidiu fazer o curso pois viu “uma oportunidade de incrementar na prática os diversos grupos pontuais ofertados pela Atenção Básica no município com novas abordagens de cuidado”.
Já para o medico da família da cidade de Maringá, no Paraná, Diego Silva, que conheceu o curso por meio de um convite da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde, UNASUS, enfatizou a importância da oferta de curso em EaD para profissionais de saúde, dada a rotina e agendas geralmente já bastante comprometidas destes profissionais e cobra novas ofertas semelhantes em outras práticas integrativas e complementares em saúde.
Uma aplicação prática, e já aguardada por seus pares no Nasf (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), segundo a enfermeira gaúcha, Daiane Miranda da Silva, de Canoas, Rio Grande do Sul, é junto ao grupo de apoio à Saúde da Pessoa Idosa da cidade, cujos participantes, coloca a enfermeira, já aguardam ansiosos uma vez que ela comunicou ao grupo sua participação no curso – segundo a enfermeira, os conhecimentos obtidos serão compartilhados com os demais membros das Equipes de Saúde da Família locais, sobretudo no cuidado em saúde voltado para tratamento de dores.
Qualificação em âmbito nacional
A etapa presencial do curso no Pólo Sul, é apenas uma das diversas etapas regionais que vem sendo realizadas pelos profissionais da UFSC em 14 estados pelo território brasileiro. A primeira edição da formação teve início no segundo semestre de 2016.
Para Lúcio Botelho, professor da UFSC e coordenador-geral do curso, os reultados obtidos nesta primeira fase da oferta superaram as expectivas do corpo letivo, pois a previsão era a capacitação de cerca de 2 mil profissionais e com essa primeira fase alcançaram mais de 3.400 pessoas.
Já para o biênio 2018/19 a estimativa inicial é de qualificação de 4 mil profissionais da Atenção Básica em Auriculoterapia – meta já bastante adiantada ainda em 2018. “A gente otimizou os recursos e temos conseguido produzir um curso com custo unitário cada vez menor”, coloca Professor Botelho, ressaltando que a equipe já identificou uma grande demanda reprimida de formação na área, visto que tiveram no segundo ano de oferta do curso mais de 8 mil inscritos.
Lúcio coloca que, para ao final da oferta deste ano será produzido um amplo relatório com mapas que serão utilizados para a identificação geográfica desta demanda e que servirá de base à estudos para que a próxima oferta seja ainda mais abrangente – expandindo também, para além das capitais, para cidades do interior ao longo do país, ampliando a rede de profissionais capacitados.
Para saber mais sobre o curso, acesse:
www.auriculoterapiasus.ufsc.br/informacaoes-gerais/
Texto: Eduardo Dias