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Saúde Indígena
Começa o Mês de Vacinação dos Povos Indígenas
“Não se pode pensar como antigamente, pensar que vacina não adianta. Adianta sim! Temos que prestar atenção naquilo que é científico e que melhora nossa vida”. Com essas palavras, o pajé Luiz Caboclo convocou o seu povo, os Tremembé, a atualizar suas cadernetas de vacina, durante o lançamento do Mês de Vacinação dos Povos Indígenas, na manhã do dia 21 de abril, na Aldeia Almofala, localizada no município de Itarema (CE). A solenidade contou com a participação do Secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Marco Antônio Toccolini, de representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), lideranças indígenas e do prefeito de Itarema, Elizeu Monteiro.
“Precisamos pensar em ficar saudáveis, para não ter que curar a doença e tomar as vacinas necessárias é ter uma atitude de prevenção”, afirmou Toccolini, acrescentando que, apesar das metas de cobertura previstas para cada campanha, a saúde indígena deve sempre mirar nos 100%, “porque estamos falando de vidas”. Haydeé Padilla, da Unidade Técnica de Família, Gênero e Curso de Vida da Opas/OMS, destacou o fato de o Brasil ser o país com maior número de vacinas ofertadas no sistema público de saúde na Região das Américas, “e talvez do mundo”. Para ela, um exemplo da boa cobertura vacinal na população indígena pode ser demonstrado em surto de sarampo no Estado do Ceará, entre 2013 e 2015. “Entre os indígenas, só registramos um caso, e mesmo assim de um bebê que ainda não tinha idade para tomar a vacina contra a doença”, revelou Padilla.
A cerimônia de lançamento do MVPI foi encerrada com uma dança do Toré, da qual participaram os convidados e indígenas de todas as aldeias da Terra Indígena Tremembé. Antes disso, diversos convidados foram imunizados, como o secretário Marco Toccolini, o prefeito de Itarema, o cacique João Venâncio e o pajé João Caboclo. De acordo com dados das equipes de saúde que atendem ao povo Tremembé, a cobertura vacinal desta população está em torno de 90%.
A previsão do MVPI é que até o dia 20 de maio cerca de 115 mil indígenas aldeados tenham seus cartões de vacina atualizados com todos os imunobiológicos previstos no Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas. A ação, organizada pelo Ministério da Saúde, por meio da SESAI/MS, integra a Semana Mundial de Vacinação, realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas∕OMS).
Estarão envolvidos na ação mais de 2 mil profissionais que compõem as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI), inclusive Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e de Saneamento (AISAN). A logística dessa vacinação é diferenciada, levando em consideração as especificidades dessa população e as necessidades de transporte das equipes e insumos até as aldeias, seja por carro, barco, helicóptero ou avião.
A vacinação indígena é uma ação universal, que abrange todos os DSEIs brasileiros, e transversal, já que acompanha o ciclo de vida do indivíduo. Justamente por isso, essa ação é complexa por diversos fatores: como a diversidade cultural, dispersão geográfica, dificuldade na coleta, registro e análise dos dados e a necessidade de acondicionamento, conservação e transporte dos imunobiológicos em condições especiais.
Por Beth Almeida, do Nucom Sesai
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