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Saúde Indígena
Capacitações no DSEI Alto Rio Negro qualificam serviços de saúde indígena na região
Médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira (AM), receberam nas últimas duas semanas a primeira capacitação sobre formação das salas de vacina para o atendimento de imunização em comunidades indígenas e um treinamento para o combate à triquíase tracomatosa.
Entre os dias 23 e 24/10, mais de 30 profissionais da região receberam o treinamento com o objetivo de erradicar uma doença oftalmológica que afeta e leva à cegueira indígenas da região norte do país.
A intenção das técnicas do Ministério da Saúde responsáveis pelo curso é capacitar os trabalhadores da saúde indígena na realização da busca de novos casos de triquíase tracomatosa em todas as comunidades atendidas pelo DSEI ARN.
Dados do Ministério da Saúde apontam um aumento da área de incidência do tracoma, que estaria se expandindo para áreas do extremo norte do país, nos territórios atendidos pelos DSEIs Yanomami e Leste de Roraima. A ocorrência de casos é ainda maior em localidades com pouca infraestrutura, especialmente saneamento e oferta de água tratada.
De acordo com a representante da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), Fátima Lopes, o diagnóstico precoce do tracoma pode prevenir a ocorrência da triquíase, uma deformação na pálpebra que pode levar à cegueira. “Nosso objetivo principal é formar profissionais que possam ampliar a busca ativa de casos”, destacou a técnica.
O curso teve em sua programação um dia todo com aulas teóricas e um segundo dia com visita e distribuição de material técnico para busca ativa de casos em comunidades indígenas da região, com avaliação e revisão dos casos suspeitos.
Triquíase tracomatosa - É uma sequela do tracoma, que ocorre quando a pálpebra tem margem anormalmente posicionada e alguns cílios tocam o bulbo ocular. O tracoma é uma doença infectocontagiosa ocular crônica. Em decorrência de infecções repetidas, produz cicatrizes na conjuntiva palpebral.
Capacitação em imunização - Entre os dias 16 a 21/10, enfermeiros e técnicos do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira (AM), receberam a primeira capacitação sobre sala de vacina para o atendimento de imunização em comunidades indígenas.
O curso foi realizado por profissionais do DSEI Vale do Javari (AM) e Interior Sul, que ministraram o curso para 27 profissionais da região. As enfermeiras Luziane Lopez e Raniane Scarano lembram que o intercâmbio de experiências para o manejo correto de todas as etapas da vacinação qualificam e ampliam as ações que irão “salvar vidas”.
“O engajamento e interesse dos profissionais é que vão ampliar o conhecimento. Todos são profissionais, porém, a atualização de conteúdo específico para o uso e abordagem correta nas ações de imunização é que qualificam as ações de atenção básica junto aos povos indígenas”, destacaram.
O curso contou com dinâmicas em grupo, simulações teatrais de como atender o paciente em área indígena, tira-dúvidas e troca de experiências entre os profissionais que atuam por toda a região do Alto Rio Negro, inclusive os que atuam nas cidades de Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos (AM).
Segundo a técnica de enfermagem Mônica Menezes, que atua no polo base Tunuí, a oficina vai ajudar muito o trabalho em área indígena, que é onde atuam os profissionais. “Aprendemos aqui desde o armazenamento correto das vacinas, o transporte e as formas de aplicação, além das peculiaridades dos tipos de medicações a serem ministradas a cada paciente e em cada etapa de suas vidas. A união da prática e a teoria focada na saúde indígena é o grande destaque desta capacitação. Nos sentimos profissionais melhores e mais valorizados”, destacou.
O encontro faz parte das ações do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que visam ampliar as atividades de imunização, principalmente na primeira infância. Até o final do ano, o DSEI ARN pretende capacitar 100 profissionais para melhor desenvolver ações de imunização.
Por Tiago Pegon, do Nucom/Sesai
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