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Secretaria de Atenção à Saúde e Hospital Moinhos de Vento finalizam Projeto com trocas de experiências e resultados positivos
Projeto contou com a participação de 39 hospitais nas cinco regiões do país
Depoimentos com experiências bem sucedidas, marcaram a finalização do Projeto UTI Visitas, em Porto Alegre (RS). O Projeto avaliou a eficácia e a segurança de um modelo de visita familiar ao paciente enfermo ampliada para 12 horas por dia.
Tupiara Gomes, 60 anos, ficou 12 dias na UTI. Na maior parte desse período, a filha, Tainá, ficou ao lado, revezando com outros familiares. “A equipe médica nos ensinou a estimular a memória dela porque fazia confusão com fatos em alguns momentos. A presença de um familiar ajudou muito nisso e também ajudou a diminuir a ansiedade”, disse Tainá, que chegou a se demitir do escritório onde trabalhava para poder estar ao lado da mãe 12 horas por dia na UTI.
Fábio Henrique de Oliveira, 46 anos, fez uma comparação entre a visita restrita e a ampliada porque passou 15 dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em 2011 e o mesmo período de tempo em maio passado. Desta vez, a irmã, Cláudia Oliveira, conseguiu permanecer na unidade.
“Foi fundamental a presença dela ao meu lado”, revela Fábio. Mesmo nos seis dias que Fábio ficou em coma, a irmã não deixou a UTI.
Outro momento marcante foi o relato de Marisa Boose, 71 anos, que permaneceu exatos 26 dias na UTI. Para ela foi fundamental ter um familiar ao lado nesse tempo. “Muito importante sentir alguém segurando a minha mão, me ajudando a reagir, tudo melhora”, ressalta. A filha, Vera Boose, disse que a presença na UTI favoreceu o restabelecimento do lado emocional. “Agradecemos ao projeto. Somos gratas por existir a possibilidade de ficar ao lado de um familiar por 12 horas”, desabafa.
Com a implementação do projeto, o tempo de visitação familiar efetivo médio diário nas UTIs participantes aumentou de 30 minutos para seis horas. Quase 60% dos hospitais participantes são públicos. Entre os benefícios apontados com a permanência de um familiar em uma UTI está a redução do delirium (perturbação da função mental), da aplicação de medicamentos e do tempo de internação.
Segundo a diretora do Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência (DAHU), Adriana Melo Teixeira, o Projeto UTI Visitas é desafiante e apresentou benefícios de grande importância na segurança do paciente como a assistência segura e com qualidade. “O Projeto fortalece as políticas de humanização, uma vez que o paciente que está na UTI e seu familiar já sentem angústia e stress. Com certeza o Projeto UTI Visita Ampliada diminui muitos sintomas e com isso a recuperação é mais rápida”, afirma.
O Programa foi em parceria com o Ministério da Saúde por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) e contou com a participação de 39 hospitais nas cinco regiões do país.
Para o superintendente de Educação, Pesquisa e Responsabilidade Social do Hospital Moinhos de Vento, Luciano Hammes, o Projeto UTI Visitas é uma grande parceria público-privada. “Os Impostos recolhidos pela instituição são investidos em programas que vão trazer melhorias no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS)”, garante.
O projeto UTI Visitas foi liderado pelo médico intensivista do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) Adulto do Hospital Moinhos de Ventos, de Porto Alegre (RS), Regis Goulart Rosa. “A visita ampliada não consiste em meramente aumentar o tempo de permanência. O processo da visita ampliada é fundamentado na educação dos familiares, o que contribui para a segurança do paciente e proteção dos cuidados assistenciais”, assegura. Ele destaca, ainda, que o programa permite adaptações de acordo com a realidade.
Em dezembro de 2017, será entregue ao Ministério da Saúde um manual para a implementação de visitas ampliadas para que outras instituições possam adotar o modelo.
Cerca de 200 profissionais da área da saúde, gestores e integrantes do Ministério da Saúde participam do evento no Hotel Plaza São Rafael.
Por Lídia Maia, do Nucom SAS
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