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Saúde discute uso racional de antibióticos na semana mundial de conscientização
Debate salienta o papel da comunidade científica na realização de pesquisas, na busca de novos medicamentos e na disciplina do uso de medicamentos que possibilitem o enfrentamento da resistência antimicrobiana.
Para promover a semana Mundial de Conscientização do Uso Racional de Antibióticos, o Ministério da Saúde realizou na segunda-feira (13), em Brasília, um encontro para debater o tema. O objetivo do evento é alertar a população para que busque orientação, bem como sensibilizar os profissionais de saúde – médicos e veterinários - para que façam a prescrição de uso dos antibióticos de forma consciente, levando em conta a saúde humana, animal e o meio ambiente. A discussão, que teve transmissão online, contou com a presença de técnicos de todas as secretarias do MS, além de representantes da Anvisa e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
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Por meio de vídeo, o secretário executivo do MS, Antônio Nardi, deu boas-vindas aos presentes e salientou a importância do envolvimento de todos para construção do Plano de Ação Nacional para a Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos.
Ao dar início ao debate, o diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (Devit/SVS), Márcio Garcia, lembrou que, há dois anos o MS dá grande relevância à discussão, a fim de assegurar que os pacientes tenham o melhor tratamento e para reduzir a ameaça de resistência aos antibióticos. “A resistência microbiana é reconhecida como uma das principais ameaças à saúde pública em todo o mundo. Seu impacto é sentido em todas as áreas da saúde e afeta toda a sociedade”.
Durante sua fala, Clarice Petramale, representante da Secretaria Executiva (SE/MS), ressaltou a necessidade de se estimular a prescrição racional. “O profissional de saúde precisa entender a lógica do mercado farmacêutico e avaliar quais os reais benefícios que determinado medicamento traz; levando em conta pesquisas robustas e não apenas propaganda e benefícios ofertados pela indústria farmacêutica”. Para ela, é fundamental investir na comunicação e mobilização dos prescritores, assim como faz a indústria farmacêutica. “Muitos profissionais não entendem, por exemplo, que a lista de medicamentos do SUS exige protocolo para o uso, com indicações e orientações, a fim de que não sejam ministradas drogas mais fortes que o necessário para o tratamento do agravo”.
Conforme realçou a representante da Anvisa, Rosângela Benevides, durante a sua apresentação, a OMS estima que no ano de 2050, caso não sejam tomadas medidas efetivas para controlar o avanço da resistência aos antimicrobianos, uma pessoa morrerá a cada três segundos no mundo, em consequência desse agravo. O que representará 10 milhões de óbitos por ano. “A resistência aos antimicrobianos é uma defesa natural, entretanto tem sido muito elevada, com isso fica cada vez mais difícil tratar um crescente número de infecções. Para reverter esse quadro, a Anvisa tem apostado no monitoramento da qualidade dos antimicrobianos e utilizando mídia e redes sociais para falar sobre o tema”, disse
Antes de abrir para as perguntas e ponderações, o diretor presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, destacou, por meio de vídeo gravado, que a resistência antimicrobiana é uma ameaça à saúde global. “O assunto é prioridade para a saúde pública em razão do crescimento do número de bactérias resistentes, com comprometimento ou, até mesmo, impossibilidade de cura com os antibióticos existentes, de doenças como tuberculose e gonorreia, por exemplo”, citou ao frisar que não se pode banalizar o uso dos antibióticos para que os avanços conquistados não tenham um retrocesso.
Uso irracional de medicamentos - O uso inadequado de medicamentos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), é responsável por mais de 10% das internações hospitalares em todo o mundo, anualmente. Ainda de acordo com a OMS, mais de 50% de todos os medicamentos são incorretamente prescritos, dispensados e vendidos, e mais de 50% dos pacientes usam incorretamente.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) lidera estratégias no âmbito global para o enfrentamento da resistência. O Brasil, como signatário da OMS, assumiu o compromisso de elaborar o seu plano de ação nacional até a 70ª Assembleia Mundial de Saúde. O plano de ação da Vigilância Sanitária em resistência aos antimicrobianos levou em consideração as recomendações feitas
O Plano Nacional brasileiro, que enfatiza a abordagem de “Saúde Única”, reafirma as diretrizes do Plano de Ação Global sobre resistência antimicrobiana e a articulação entre a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como balizadores na discussão desse tema pelos organismos das Nações Unidas.
Participam da elaboração do Plano, os ministérios da Saúde; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação; do Meio Ambiente; das Cidades; além do Conselho Nacional de Saúde; Anvisa e Funasa.
Por Nucom/SVS
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