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Rio de Janeiro ganha reforço de R$ 8,1 milhões para reabilitar crianças
Desde outubro foram abertos no estado quatro novos Centos Especializados em Reabilitação (CER) no estado permitindo assistência aos portadores da síndrome congênita da Zika
O Ministério da Saúde garantiu R$ 8,1 milhões para o custeio de quatro Centros Especializados em Reabilitação (CER) no estado do Rio de Janeiro. Esses serviços ofertam assistência integral e gratuita, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), às crianças com a síndrome congênita da zika, e realizam, por exemplo, a estimulação precoce. O anúncio dos recursos foi feito pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante a abertura do 3º Encontro da Rede Nacional de Especialistas em Zika e doenças correlatas (Renezika).
Na ocasião, também foram divulgados R$ 10,9 milhões para a implantação de 51 novas equipes de apoio à Saúde da Família, que contam com fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, e R$ 10 milhões para novas pesquisas e criação de biobanco nacional para amostras sobre doenças causadas pelo Aedes aegypti, como dengue, chikungunya e Zika.
Confira a apresentação feita pelo ministro durante o evento
Desde outubro de 2016, as crianças com síndrome congênita de Zika contam com 52 novos CER´s em todo país. Por ano, o Ministério da Saúde repassará R$ 114,3 milhões para o custeio dessas unidades, sendo 4 no estado do Rio de Janeiro. Atualmente existem no país 187 CERs.
Outra medida que permitiu a assistência adequada às crianças com a síndrome foi a estratégia de ação rápida. Dos 2.347 casos de microcefalia confirmados no país entre março e outubro de 2016, 80% (1.898) receberam atendimento na atenção especializada. Esse serviço é a porta de entrada para a assistência, já que é lá onde o médico identifica e avalia qual o tratamento que cada criança precisa. “Todos nós, governo federal, estados e municípios, temos que identificar a síndrome o mais rápido possível e, desta forma, encaminhar essas crianças para o atendimento adequado”, afirmou Ricardo Barros.
Além disso, o Ministério tem ofertado uma série de capacitações, tanto para profissionais quanto para as famílias e cuidadores que lidam com a síndrome congênita de zika. Em parceria com a Unicef, foram capacitados, em estimulação precoce, 133 profissionais de saúde, educação e proteção social, e 380 famílias e cuidadores. Também estão sendo oferecidos cursos de estimulação precoce e triagem ocular à distância pela Universidade Aberta do SUS (Una-SUS), que já contam com 16.139 matriculados. Até março deste ano foram confirmados 2.542 casos de microcefalia, sendo 63 prováveis, 4.152 estão em investigação e 5.516 descartados.
PESQUISAS – Além da assistência, o Ministério da Saúde tem investido recursos para o Plano de Enfrentamento ao Aedes e suas Consequências. Foram anunciados R$ 10 milhões, financiado por emendas que contemplam ações de combate ao mosquito. Esse recurso também financiará um Biobanco, que servirá de suporte aos especialistas e pesquisadores, permitindo que análises futuras possam ser realizadas com a ajuda destes materiais. O Ministério da Saúde auxiliará a rede na coordenação do banco, juntamente a centros de pesquisas que ainda serão definidos. A ideia é que a estruturação do Biobanco se inicie ainda em 2017.
“Há um esforço do Governo Federal na produção de conhecimento sobre Zika, não só para atender a demanda interna, mas também para compartilhar com o resto do mundo”, enfatizou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Ainda serão definidas prioridades de pesquisas relacionadas à Chikungunya, com previsão de um estudo de abrangência nacional. Além disso, o Ministério da Saúde pretende auxiliar pesquisadores a publicarem artigos de grande impacto relacionados às arboviroses. Ao todo, já foram investidos, pelo Governo Federal, mais de R$ 250 milhões no financiamento de pesquisas relacionadas às três doenças causadas pelo Aedes.
DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA - As medidas de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, realizadas pelo Ministério da Saúde, em parceria com os estados e municípios, têm sido intensificadas desde o final de 2015, com a identificação do Zika e suas consequências como a microcefalia e outras alterações em bebês cujas mães são infectadas pelo vírus durante a gravidez. O conjunto de ações voltadas para a eliminação do mosquito resultou na queda expressiva nos casos de dengue, zika e chikungunya.
Em 2017 (até 25 de março) foram notificados 90.281 casos prováveis de dengue em todo o país, uma redução de 90% em relação ao mesmo período de 2016 (947.130). Também houve queda expressiva no número de óbitos. A redução foi de 97%, passando de 411 (em 2016) para 11, em 2017. Em relação à chikungunya, a redução do número de casos foi de 74%. Até 25 de março, foram registrados 26.854 casos. No ano passado, foram registrados 101.633 casos, neste mesmo período. Também até 25 de março, o Ministério da Saúde registrou 4.894 casos de Zika em todo o país. Uma redução de 97% em relação a 2016 (142.664 casos). Em relação às gestantes, foram registrados 727 casos prováveis. Não houve registro de óbitos por Zika em 2017.
O Ministério da Saúde adquiriu, neste ano, 54 veículos para apoiar as ações de vigilância. Os veículos serão enviados aos estados brasileiros. Além disso, também foram adquiridos outros 18 carros para montagem de equipamentos de pulverização de inseticidas contra o mosquito Aedes aegypti.
CONTROLE NACIONAL - Em 2015, foi criada a Sala Nacional de Coordenação e Controle, além de 27 Salas Estaduais e 2.029 Salas Municipais, com o objetivo de gerenciar e monitorar as iniciativas de mobilização e combate ao vetor, bem como a execução das ações do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. A Sala Nacional é coordenada pelo Ministério da Saúde e conta com a presença dos integrantes de outras oito pastas federais.
No primeiro ciclo de visitas domiciliares de 2017 (janeiro e fevereiro), foram visitados 41,8 milhões de imóveis em todo o país. No total, 34,9 milhões foram vistoriados (83,5%) e em 6,8 milhões, houve recusa ou estavam fechados.
O Ministério da Saúde lançou, nesta quarta-feira (29), o livro “Vírus Zika no Brasil: a resposta do SUS”, que reúne, em um único volume, a experiência do período de um ano de trabalho intensivo para identificar a causa do surto de microcefalia, que atingiu o país a partir do final do ano de 2015. O material detalha todo o processo da descoberta da origem do agravo e suas consequências.
ENCONTRO - Cerca de 300 pessoas, entre pesquisadores, gestores, profissionais da saúde, representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), do Center for Disease Control and Prevention (CDC) e da Global Research Collaboration for Infectious Disease Preparedness (GloPID-R), bem como do setor produtivo público e privado, participaram do encontro da Rede Nacional de Especialistas em Zika e doenças correlatas (Renezika). Foram convidados todos os secretários de saúde estaduais e também gestores de secretarias municipais de locais em que a epidemia de zika, chikungunya, ou dengue teve maior impacto.
Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) citou a Renezika, como um bom exemplo de resposta rápida e eficaz para o enfrentamento da emergência de Zika no país. A Renezika foi apresentada como uma rede que congrega especialistas que contribuem para os avanços científicos e tecnológicos, fornecendo evidências que subsidiam a execução de políticas públicas.
Por Gustavo Frasão, Victor Maciel e Camila Bogaz, da Agência Saúde
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