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Saúde Indígena
Reunião Nacional de Imunização apresenta agenda integrada para saúde da criança indígena
Profissionais de saúde que atuam nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) como Referências-Técnicas (RT) de Imunização estão reunidos, em Brasília (DF), para avaliar os resultados obtidos nas ações de vacinação em 2016 e debater as estratégias para aprimorar o desempenho em 2017.
O encontro teve início nesta segunda-feira (13), com a apresentação da ‘Agenda Integrada de Ações voltadas à Saúde da Criança Indígena’. O plano foi lançado pelo ministro Ricardo Barros em novembro do ano passado e tem o objetivo de reduzir em 20%, até 2019, as mortes de bebês e crianças indígenas com até cinco anos de idade.
“Aproveitamos a Reunião Nacional de Imunização para apresentar esta agenda aos profissionais que estão na ponta e trabalham diretamente com as comunidades. Até então, apenas os coordenadores de DSEI haviam sido apresentados à agenda integrada”, frisa a enfermeira que atua na Coordenação Geral de Atenção Primária da SESAI, Gizeli de Lima.
A Agenda é focada em cinco metas: garantir que 85% das crianças menores de cinco anos tenham esquema vacinal completo; ampliar para 90% as gestantes com acesso ao pré-natal; implementar as consultas de crescimento e desenvolvimento para crianças indígenas menores de 1 ano, chegando a 70%; ampliar para 90% o acompanhamento da vigilância alimentar e nutricional das crianças indígenas menores de 5 anos; e investigar ao menos 80% dos óbitos materno-infantil fetal. O foco será o reforço do acompanhamento de gestantes e crianças indígenas e a qualificação de profissionais de saúde na estratégia AIDPI (Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância).
A prioridade na implantação das ações é nos 15 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), cujo índice de mortalidade está acima da média ponderada/ano. São eles: Maranhão; Yanomami; Xavante; Kaiapó do Pará; Alto Rio Juruá; Alto Rio Purus; Altamira; Amapá e Norte do Pará; Médio Rio Purus; Rio Tapajós; Mato Grosso do Sul; Alto Rio Solimões; Tocantins; Porto Velho e Vale do Javari.
Reunião
A Reunião Nacional de Avaliação das Ações de Imunização segue até a próxima sexta-feira (17), proporcionando um momento único para troca de experiências entre os participantes e o aprimoramento das estratégias a serem adotadas para 2017.
Entre os resultados aguardados com a Reunião está a ampliação de coberturas e homogeneidades vacinais nos territórios indígenas; o fortalecimento da vigilância epidemiológica das doenças imunopreveníveis; o aperfeiçoamento da qualidade e do fluxo da informação; bem como a ampliação da integração dos Distritos com as Coordenações Municipais e Estaduais de Saúde para o planejamento, realização, e qualificação dessas atividades.
Pelo planejamento plurianual, até 2019, pelo menos 82% das crianças indígenas de até 5 anos devem estar com o esquema vacinal completo. Para 2016, a meta, de 77%, foi ultrapassada, porém sem uma distribuição homogênea entre os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs).
Os participantes também receberam orientação a respeito da alimentação do Sistema de Informações da Saúde Indígena (Siasi). Por meio deste sistema, são extraídos os dados nacionais sobre cobertura vacinal da população indígena, mas a utilização desta ferramenta ainda está em fase de implantação, gerando dúvidas entre os responsáveis técnicos em vacinação que atuam nos Distritos Sanitários.
“A reunião além de nos possibilitar a troca de experiências com colegas de outras regiões, outras realidades, também nos prepara melhor para a organização do trabalho no dia-a-dia. Nos ajuda a melhorar nossos resultados no monitoramento, na avaliação do trabalho das equipes de saúde, e isso nos dá segurança para trabalhar”, destaca Nina Mariane de Souza, que há pouco mais de um ano atua como RT de Imunização do DSEI Alto Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul (AC).