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Into reduz espera cirúrgica quase à metade em cinco anos
Resultados do trabalho para o aumento de cirurgias ortopédicas de média e alta complexidade do instituto federal, no Rio de Janeiro, foram apresentados na Defensoria Pública da União
O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) reduziu a lista de espera de 21.248 para 11.709 cirurgias nos últimos cinco anos. Essa redução só não é maior porque a fila é dinâmica – enquanto houve 9.159 cirurgias no Into no ano passado, ingressaram no instituto novas 7.044 para serem realizadas. Os resultados do trabalho para otimização do uso do centro cirúrgico e ampliação das cirurgias foram apresentados pela direção do instituto à Defensoria Pública da União, que havia participado de acordo para a redução da fila assinado com a Justiça Federal. Com o trabalho realizado, hoje se sabe exatamente o número de pessoas que o Into tem a operar e como chamá-las de imediato, quando for o caso.
O Into é hoje responsável por 72,3% das cirurgias de traumato-ortopedia de alta e média complexidade realizadas na capital e por 54,4% das cirurgias desse tipo ocorridas no estado do Rio de Janeiro. Desde a mudança para o prédio atual e a readequação da capacidade do instituto, o número de cirurgias anuais aumentou 62%. Em 2011, haviam sido 5.662 cirurgias. Desde então, houve 6.789 em 2012, 9.732 em 2013, 7.560 em 2014 (foi um ano de greve) e 9.156 em 2015.
“Desde 2015, em especial, temos um esforço concentrado em otimizar a utilização do centro cirúrgico, tanto que realizamos um trabalho conjunto com a Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro), e focamos nos pacientes que estavam há mais tempo esperando cirurgias. Hoje, se temos pessoas de 5 a 10 anos nessa espera, é porque não foram encontradas no recadastramento ou não tiveram liberação do risco cirúrgico para algum procedimento complexo”, informa o diretor geral do Into, Naasson Cavanellas, cirurgião do instituto desde 1994.
As especialidades cirúrgicas que mais concentram pacientes tiveram aumento de cirurgias: foi de 133% o crescimento nas de coluna, de 98% nas de quadril e de 62% joelho, de 2011 a 2016. A equalização da espera por cirurgias no Into é creditada, também, à reorganização administrativa, que extraiu os pacientes já operados em outros locais ou não mais encontrados, além daqueles que decidiram não mais fazer a cirurgia no instituto.
HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO - Paciente do Into desde os quatro anos, a estudante paraense Letícia de Sousa e Sousa, hoje com 14, já passou por oito cirurgias por causa de uma escoliose de início precoce. Moradora de Terra Alta (PA), está internada há três meses e na última semana conquistou o primeiro lugar do Prêmio Devoradores de Livros, realizado no próprio Into entre os seus pacientes infantis e adolescentes. Ela leu 28 títulos no período. “Estou feliz, estou confiante. Vou ter alta ainda esta semana”!
A coordenadora de Planejamento do Into, a pediatra Germana Bahr, que idealizou o prêmio e coordenou a reorganização da fila do instituto, conta que a pesquisa de satisfação realizada entre os pacientes indica níveis altos: de 98% entre todos os pacientes (mesmo aqueles que ainda não fizeram cirurgia) e 99,4% entre os que já a realizaram.
Por Géssica Trindade, da Ascom/Nerj
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