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Saúde Indígena
Experiência brasileira na integração da medicina tradicional e complementar é apresentada a países das Américas
As experiências obtidas pelo Brasil na complexa missão de integrar as práticas tradicionais indígenas à medicina ocidental, no cuidado das populações originárias, serão apresentadas durante a ‘Reunião Regional: Avançando para uma Saúde Universal, Contribuições da Medicina Tradicional e Complementar’. O Evento é promovido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) e contará com a participação de representantes de 11 países das Américas, destacados por apresentarem maiores avanços na integração da medicina tradicional e complementar. O encontro acontece na cidade de Managua, na Nicarágua.
“A nossa expectativa é conhecer as experiências dos países participantes sobre a valorização, o reconhecimento e a articulação das práticas tradicionais de cura e autocuidado em integração com as ações do sistema de saúde biomédico”, destaca a antropóloga da Divisão de Programas e Projetos da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Lívia Puntel.
De acordo com ela, o encontro tem como objetivo construir uma agenda de colaboração que permita a identificação de iniciativas relacionadas com a integração entre a Medicina Tradicional e Complementar que podem fortalecer a implementação da Estratégia de Saúde Universal da OPAS/OMS. Além disso, o evento proporciona o intercambio de experiências dos países da região que já veem implementando esta prática em seus sistemas de saúde.
A experiência da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS) será apresentada durante o painel “Intercambio de Experiências: Avanços na integração entre a medicina tradicional e complementar nos sistemas e serviços de saúde para melhoria dos resultados em saúde”. Estarão debatendo nesta Mesa representantes dos governos da Bolívia, Brasil, Chile, Cuba e Nicarágua.
Integração
O exemplo do Brasil está focado no trabalho realizado nas aldeias pelas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) que, na maioria das vezes, demanda uma necessária integração com o trabalho realizado por pajés, raizeiros, rezadeiras e parteiras, de acordo com a cultura de cada etnia indígena. Essa necessária integração parte do respeito às especificidades culturais, crenças e práticas tradicionais de cuidado de cada povo.
Um exemplo que tem provado que é possível oferecer assistência nos estabelecimentos de saúde conforme as especificidades culturais de cada povo está na unidade Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga (AM). Graças a uma importante parceria com a Secretaria de Saúde do Amazonas, o DSEI Alto Rio Solimões inaugurou na unidade, em agosto de 2016, uma sala de parto destinada ao atendimento exclusivo de mulheres indígenas.
O espaço atende a uma antiga reivindicação de várias etnias da região e busca respeitar a cultura indígena, oferecendo um ambiente bem equipado onde as grávidas são acompanhadas por parteiras indígenas que, voluntariamente, auxiliam os profissionais de saúde.