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Saúde Indígena
Servidora da SESAI/MS recebe premiação por empenho na imunização dos povos indígenas
Um prêmio que destaca a dedicação profissional para ampliar a imunização dos povos indígenas brasileiros foi entregue, nesta última semana no Panamá, na XXIV Reunião do Grupo Técnico Assessor sobre doenças preveníveis por vacina – TAG à servidora da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (SESAI/MS), Bárbara Cristina Marinho Souza. A premiação é o reconhecimento ao trabalho realizado por ela e sua equipe para o aumento da cobertura vacinal e garantia do direito à imunização de quase 800 mil indígenas brasileiros.
O trabalho ressalta a vacinação em comunidades indígenas, minimizando fatores como diversidade cultural, dispersão geográfica, dificuldade de acesso e rotatividade de profissionais, entre outros. O objetivo do prêmio, que acontece a cada dois anos, é reconhecer o trabalho de pessoas, instituições ou organizações que atuam com imunização humana na região das Américas.
“Essa premiação reforça, junto aos gestores da Saúde Indígena, a importância da vacinação e da vigilância epidemiológica das doenças imunopreveníveis como ação importante na atenção básica, principalmente para a redução da mortalidade infantil. Contribuindo dessa forma, para a manutenção do controle, da eliminação ou erradicação das doenças preveníveis por vacinação no Brasil e no continente americano”, ressaltou a técnica da área de imunizações e vigilância epidemiológica da SESAI, que atua a 25 anos na saúde pública, sendo 19 destes dedicados à saúde indígena.
Em 2010, a SESAI assumiu a gestão da saúde indígena no Brasil com um modelo de atenção estabelecido pela Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), que prioriza a atenção básica e tem a vacinação como uma das ações mais importantes na prevenção e controle de doenças.
Sobre a ganhadora
Bárbara graduou-se em enfermagem em 1986, com habilitação em Saúde Pública pela Universidade Católica de Salvador (BA), e é servidora pública federal desde 1989. “Comecei a trabalhar com saúde pública em 1992, quando integrei a equipe técnica de Controle das Meningites, do antigo Centro Nacional de Epidemiologia, da Funasa (Fundação Nacional de Saúde). Em 1996, conclui a especialização em Saúde Coletiva, na UnB (Universidade de Brasília) e, no ano seguinte, entrei para a área de epidemiologia da Coordenação de Saúde Indígena, da Funasa. Durante todo esse período, desenvolvi atividades na área técnica de imunização e vigilância epidemiológica em populações indígenas”.
Entre algumas dessas atividades, destaque para a colaboração na gestão dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), definindo estratégias que garantissem a vacinação de forma oportuna e adequada; realização de capacitações em todas as áreas indígenas do país, atualizando os profissionais em imunização; e elaboração de métodos de avaliação que facilitaram a análise dos resultados obtidos por aldeia, vacina e faixa etária.
Vacinação dos povos indígenas brasileiros
Bárbara conta que as ações de vacinação nas populações indígenas do Brasil começaram na década de 50 e, desde então, passaram por várias mudanças. “Inicialmente, as atividades eram realizadas de forma esporádica por equipes volantes de saúde. Em 1991, a Funasa ficou responsável pela vacinação em áreas indígenas também com ações esporádicas ou através de campanhas, até julho de 1999, quando foram criados os DSEI. As ações de imunização passaram então a ser desenvolvidas de forma sistemática pelas equipes multidisciplinares que prestam serviços de atenção rotineira nas aldeias indígenas, ampliando a cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nos últimos 17 anos, houve uma qualificação e ampliação do calendário nacional de imunização dos povos indígenas contemplando 20 vacinas específicas e expandindo, não apenas a disponibilidade, mas também faixas etárias, o que permitiu aumentar a proteção em relação à maioria das doenças. O calendário de vacinação foi atualizado por meio da publicação da Portaria nº 1.533, de 18 de agosto de 2016, resultado do trabalho coordenado por Bárbara, integrado entre a área técnica da Saúde Indígena e a Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde.