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Saúde apoia projeto de implantação de PrEP na América Latina
No Brasil, a estratégia já foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) recentemente e estará disponível para as populações-chave até o final deste ano
O Ministério da Saúde, juntamente com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), lançou nesta quarta-feira (12) o Projeto para Implementação da Profilaxia Pré-Exposição na América Latina (ImPrEP). O estudo também conta com o apoio e financiamento da Unitaid e será realizado simultaneamente no México e Peru, além do Brasil. O projeto terá duração de três anos e o objetivo é verificar a aceitabilidade da PrEP nas populações-chave, formadas por cerca de 7,5 mil pessoas, entre homens que fazem sexo com homens, mulheres transexuais e travestis – os grupos mais afetados pela epidemia de HIV/AIDS nos três países. Esses públicos terão acesso à Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, o que permitirá também a ampliação do diagnóstico das Hepatites B e C, Sífilis, HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.
O projeto envolverá ainda a realização de questionários com profissionais de saúde e com as populações-chave, além de possuir um forte componente de educação, mobilização comunitária e compartilhamento de experiências na implementação da PrEP com países em desenvolvimento. A elaboração do ImPrEP teve como ponto de partida a experiência da Fiocruz e do Ministério da Saúde na condução do projeto PrEP Brasil, iniciado em 2012.
Para a diretora do Departamento de HIV, Aids e Hepatites Viriais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, a PrEP é uma das opções mais avançadas no campo da prevenção. “Esse projeto vai contribuir para colocar o Brasil e a nossa região alinhados com que há de mais avançado na resposta global ao HIV. O que nos dá segurança de que teremos um impacto positivo na redução de novas infecções pelo vírus” destacou.
No Brasil, inicialmente o projeto contará com a participação de oito estados brasileiros, e ao longo do primeiro ano a participação dos serviços será expandida a, pelo menos, um serviço em cada estado. No México, participarão cinco cidades (Cidade do México, Guadalajara, Puerto Vallarta, Oaxaca e Juchitan) e no Peru seis (Lima/Callao - províncias que concentram 71% dos casos de Aids do país-, Iquitos, Pucallpa, Tarapoto, Chiclayo e Trujillo).
O Ministério da Saúde irá fornecer, além do medicamento para a prevenção ao HIV, testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites; vacinas para hepatite B; exames de monitoramento; insumos de prevenção como preservativos e lubrificantes, além do tratamento para as pessoas que tiverem resultado positivo para o HIV.
INCORPORAÇÃO - A estratégia de prevenção ao HIV com medicamentos foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em maio deste ano e estará disponível nos serviços de saúde até o final de 2017, conforme o prazo estabelecido, que é de 180 dias após a publicação do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da PrEP, que ocorreu em 29 de maio.
Inicialmente, a estratégia será implantada em 12 municípios e, gradativamente, será expandida para todo o país. As primeiras cidades a oferecer o medicamento serão: Porto Alegre; Curitiba; São Paulo; Rio de Janeiro; Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Manaus, Brasília, Florianópolis, Salvador e Ribeirão Preto. Estes municípios foram escolhidos porque participaram de um dos projetos pilotos da PrEP.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, desde 2012, a oferta da pré-exposição para casais soro diferentes, gays; homens que fazem sexo com homens; profissionais do sexo e pessoas transgêneros (travestis e transexuais), consideradas populações-chaves. A PrEP já é utilizada em países como Estados Unidos, Bélgica, Escócia, Peru e Canadá, onde é comercializada na rede privada, além da França, África do Sul, entre outros, que já utilizam no sistema público de saúde. O investimento inicial do Ministério da Saúde será de U$ 1,9 milhão na aquisição de 2,5 milhões de comprimidos, o que deve atender a demanda pelo período de um ano, aproximadamente.
PREVENÇÃO COMBINADA - A PrEP insere-se como uma estratégia adicional dentro de um conjunto de ações preventivas, denominadas “prevenção combinada”, como forma de potencializar a proteção contra o HIV. A prevenção combinada inclui: testagem regular; profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP); teste durante o pré-natal e tratamento da gestante que vive com o vírus; redução de danos para uso de drogas; testagem e tratamento de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) e das hepatites virais; uso de preservativo masculino e feminino, além do tratamento para todas as pessoas.
Por Camila Bogaz, da Agência Saúde
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