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Instituto Nacional de Cardiologia expande tratamento para casa das crianças
Parceria com a Associação Saúde Criança, recém-firmada, possibilita que famílias de pacientes pediátricos recebam avaliação em domicílio e auxílio por dois anos
Depois de ampliar as cirurgias e as consultas ambulatoriais pediátricas, o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), unidade do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, começa a expandir o tratamento para a casa de crianças e adolescentes assistidos pela instituição. A parceria recém-firmada com a Associação Saúde Criança está propiciando que as famílias desses pacientes recebam a primeira avaliação em domicílio e sejam beneficiadas com melhorias para a casa e inclusive alimentação. O público alvo são as famílias em vulnerabilidade social.
Esse serviço qualifica ainda mais o atendimento do INC, que somente no ano passado aumentou em 24% as cirurgias e em 10% as consultas ambulatoriais de crianças e adolescentes – em 2016, o número consultas desse público chegou a 7.457, já o número de cirurgias foi de 271. São em média 2,5 mil ecocardiogramas e 450 cateterismos por ano de crianças e de adultos congênitos (como são chamados os pacientes que têm a doença desde pequenos).
A cada mês, cinco novas famílias passarão a participar do trabalho conjunto da Associação Saúde Criança com o INC. As crianças que participam das ações da associação, na maioria das vezes, têm doenças crônicas ou muito graves que levam a internações. Por isso, a melhoria das condições de vida ao seu redor, inclusive de infraestrutura e moradia, são importantes para que o pequeno paciente cresça sem precisar recorrer tanto aos serviços hospitalares.
“A gente pré-seleciona as famílias de pacientes que mais têm déficit social, e a maioria delas tem. A associação avalia as condições de vida e até a residência dessas crianças e adolescentes, os reinserem no meio social”, esclarece a coordenadora de Planejamento do INC, Flavia Motta. “Eles têm uma casa onde muitas vezes é preciso fazer melhorias e a associação realiza, dá dão alimentação, fornece medicação e passagens quando a família não pode pagar. Todo mês, faz o controle para saber se a criança está vindo ao INC. É um grande apoio”.
ACOMPANHAMENTO – Cada família indicada pelo INC à Saúde Criança passa a ser acompanhada por uma equipe de assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e advogados, entre outros especialistas. No período de dois anos contínuos desse trabalho, ocorrem orientações e ações com cada membro da família para que possam superar a situação de vulnerabilidade da criança ou adolescente e de seus parentes.
O INC procura, com a parceria, ajudar a recuperar e reestruturar famílias de baixa renda que não tenham condições de arcar com as despesas do tratamento como, por exemplo, medicamentos, passagem/transporte para ir às consultas e exames. O instituto dispõe para crianças e adolescentes de 20 leitos no 4º andar de seu prédio, no bairro de Laranjeiras – a área passa atualmente por reparos e melhorias para a internação. Há no CTI mais 11 leitos. Em parceria com uma ONG norueguesa, o INC já oferece desde junho aos pacientes infantis atividades lúdicas com palhaços. Há também a contação de histórias.
A média de atendimentos ambulatoriais pediátricos do INC foi ampliada depois da inauguração de um novo ambulatório, no final de 2015, com decoração toda em motivos infantis criada pelo grafiteiro Wark, da comunidade da Rocinha. Ele ganhou as tintas e passou duas semanas no instituto preparando o local para acolhimento humanizado das crianças.
Segundo o coordenador da Pediatria do INC, Luiz Carlos Simões, a qualificação do atendimento ambulatorial é de extrema importância inclusive para descartar suspeitas de doenças cardíacas e não apenas para tratar as crianças doentes. "Quando há uma suspeita de doença desse tipo, toda a família de certa forma adoece junto", observa ele. Por esse motivo, é inevitável a preocupação com o contexto familiar e social dos pacientes pediátricos. Todos os dias, há 12 novas consultas de crianças e adolescentes com suspeita de doenças cardíacas encaminhadas ao INC via sistemas de regulação municipal e estadual do Rio de Janeiro.
A associação trabalha de forma multidisciplinar integrando as áreas de: saúde, educação, moradia, cidadania e renda, possibilitando a inclusão social da família. São oferecidos ainda cursos profissionalizantes aos pais, como: de cabeleireiro, culinária e costura para que possam prover o próprio sustento e ganhar autonomia. Para a melhoria da infraestrutura de moradias que eventualmente não apresentem as condições necessárias para uma criança com doença grave, é realizada uma visita domiciliar para avaliar as condições de cada moradia.
Na rede do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, a Associação Saúde Criança já desenvolveu parceria também com o Hospital Federal da Lagoa.
Por Géssica Trindade, da Ascom MS/RJ
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