Notícias
Saúde Indígena
“Mais Médicos” recebe homenagem pelo CNS
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) realizou, nesta sexta-feira (27), em Brasília (DF), uma homenagem aos agentes internacionais do Programa Mais Médicos. Na solenidade, um representante dos médicos cubanos, que atua na saúde indígena, na região de Pernambuco, o Dr. Hector Hernandez, foi lembrado pelas ações humanitárias desenvolvidas junto à equipe da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). Além do profissional, a embaixada de Cuba e a Organização Panamericana da Saúde (OPAS) também receberam menções.
O Programa foi criado pelo governo federal em 2013, com o objetivo de suprir a carência desses profissionais nos municípios do interior, periferias de grandes cidades e áreas indígenas. Pelo menos 700 cidades localizadas em área remotas do Brasil passaram a ter pela primeira vez um médico para atendimento de atenção básica, devido a criação do programa.
Segundo o secretário da SESAI, Rodrigo Rodrigues, o programa é de suma importância para o fortalecimento do Subsistema de Saúde Indígena (SasiSUS). “O Mais Médicos vai de encontro com a prerrogativa da SESAI, que é levar atenção básica em área indígena. E a disponibilidade dos médicos cubanos, que são especialistas nesse tipo de trabalho, ajuda muito a qualificar as ações das equipes de saúde indígena em suas diversas regiões”, destacou.
O médico cubano homenageado, Dr. Hector Hernandez, destacou a importância de trabalhar com os povos indígenas do Brasil. “O reconhecimento nos faz crescer. Por isso nós, médicos cubanos, continuaremos até o fim com o compromisso de ajudar a ampliar o acesso à saúde do povo brasileiro”, destacou.
O Dr. Hector é médico do DSEI Pernambuco e atua na Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI) do Povo Xukuru de Cimbres, no Polo Base de Pesqueira-PE, atendendo uma população de 950 indígenas. Ele é especialista em cardiologia e medicina legal e já atuou como secretário municipal de saúde e diretor de hospital.
O conselheiro de saúde e representante da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (ARPINSUL), Rildo Mendes, também lembrou sobre a melhoria que os profissionais trouxeram às comunidades indígenas brasileiras. “Nós, povos indígenas, só temos a agradecer aos médicos cubanos que atuam na saúde dos nossos ‘parentes’. Eles estão em localidades onde nenhum médico brasileiro quis ir até hoje. Eles humanizaram o atendimento em área indígena, fazendo a diferença, se integrando à comunidade”, ressaltou.
Na saúde indígena existem 510 profissionais atuando nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). A grande maioria deles são cubanos, que são responsáveis pelas ações de atenção básica de saúde a mais de 700 mil indígenas no país.
Por Tiago Pegon
Fotos: Alejandro Zambrana