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Saúde Indígena
Etnia e Saúde Pública para países da América do Sul é discutido no Peru
Representantes da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (SESAI/MS) participaram da Oficina de Consulta sobre etnia e saúde pública para indígenas, afrodescendentes e povos Rom, entre os dias 8 e 10/2, em Lima, Peru. Integrantes do ministério da saúde da Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela debateram junto a Organização Panamericana de Saúde (OPAS/OMS) sobre etnicidade e saúde para os povos da América do Sul.
O encontro também teve participação de membros do Conselho Nacional de Saúde Indígena (Condisi) do Brasil, que destacaram a importância de ouvir representantes indígenas para apresentar novos formatos para adequação das ações de saúde para as minorias.
Segundo o presidente do Condisi de Altamira (PA), Willian Domingues, da etnia xacriabá, que acompanhou o encontro, as atividades no âmbito da saúde pública de outros países podem apresentar soluções para o Brasil. “A participação de membros das comunidades afrodescendentes, e principalmente indígenas, reforça a importância do diálogo internacional para a implementação de políticas públicas para estes povos. Os assuntos abordados no evento vão de encontro à promoção da interculturalidade para os diversos países da América do Sul, e isso nos faz acreditar na melhoria para a atenção à saúde básica para nossos povos”, destacou.
O representante da OPAS/OMS no Peru, Raul Montero, disse que a importância de validar a discussão em um documento de consulta vai ampliar o compromisso dos governos para que isso aconteça através de políticas e regulamentos. "Queremos colocar na agenda o acesso aos serviços de saúde, cobertura universal, queremos saúde como realidade em todas as políticas. Sabemos que o fator étnico de pessoas condiciona o acesso e oportunidades para desfrutar desse direito, queremos melhorar isso", disse.
O documento tem o objetivo de garantir que as políticas públicas que atendam etnia como um determinante social da saúde sejam promovidos. Que os modelos de saúde interculturais, sejam incluídos nas perspectivas dos conhecimentos e práticas ancestrais e espirituais, que devem ser respeitados. Além disso, fortalecer a capacidade institucional e da comunidade nos Estados-Membros para proporcionar qualidade de dados suficientes e para gerar evidências sobre as desigualdades e iniquidades em saúde étnicas para a tomada de decisões políticas.
O evento também pretendeu ampliar a participação da legislação étnico-racial na tradução e implementação de grupos de políticas de saúde, para que possam reforçar as capacidades institucionais e da comunidade em todos os níveis de atuação intercultural dentro dos governos dos países participantes.
Por NUCOM/SESAI com informações OPAS/MS
Foto: OPAS/MS