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Saúde Indígena
DSEI Alto Rio Negro recebe apoio para reestruturação
Técnicos da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) finalizaram nesta semana, no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Negro, na maloca de atividades da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) em São Gabriel da Cachoeira (AM), a oficina para o planejamento de reestruturação das ações de atenção básica de saúde para os povos da região. Os colaboradores da SESAI se reuniram com os demais trabalhadores das áreas de enfermagem, odontologia e assistência psicossocial do DSEI para adequação de atendimento nos 19 polos base, espalhados por uma área de quase 300 mil km² (maior que todo o estado de São Paulo). Durante o encontro, os trabalhadores do DSEI tiraram dúvidas e fizeram explanações sobre as melhores formas de atuação junto aos 22 povos indígenas que compõem a região do Alto Rio Negro. Segundo o consultor técnico da SESAI, Hernanes Santos Jr., “o conhecimento da realidade de trabalho e a diversidade étnica da localidade ajuda a colocar as equipes com melhores perfis em determinados locais”. Para a coordenadora geral de Atenção Primária de Saúde Indígena da SESAI, Vera Lopes, esse é o momento de ampliar as ações de saúde aos povos do Rio Negro. “O atendimento diferenciado desempenhado pelas equipes de saúde deve sempre levar em conta o planejamento logístico, principalmente. Isso ajuda a tipificar quais áreas e especificidades dos povos atendidos”, afirmou. O encontro faz parte das ações emergenciais que compõem o plano estruturante e permanente do DSEI ARN 2016/2019. O DSEI conta com mais de 450 trabalhadores que atendem mais de 34 mil indígenas dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos (AM).
Apoio logístico
Com a reunião, ficou definido que o DSEI terá um novo fluxo de equipes que atuarão nas áreas indígenas. Todos os profissionais, com suas determinadas funções, vão desempenhar efetivamente seu trabalho em área. E terão auxílio de planejamento prévio e logística para as entradas nas localidades. De acordo com o enfermeiro Wagner Lopes, um apoio fundamental para a presença regular das equipes de saúde é o transporte aéreo. “Com novos contratos, com apoio do Exército Brasileiro para o uso de aeronaves na região, vai facilitar o envio de equipes nas áreas mais distantes e de difícil acesso. Tem localidades que devido ao relevo dos rios da região, demora até 7 dias para se chegar, com o acesso aéreo conseguimos colocar nossos trabalhadores no máximo em 2 horas. Isso diminui custo, aumenta a segurança e o bem estar das equipes”, afirmou.
Expedicionários da Saúde
Durante a presença de técnicos da SESAI, também houve tempo para que, junto com os coordenadores da entidade Expedicionários da Saúde e do Exército Brasileiro, definissem a localidade e plano de atuação da 38ª Expedição, que será realizada entre as datas de 23/3 a 1/4. A região definida será no extremo norte do Rio Walpés, na localidade de Yauaretê, quase na fronteira com a Colômbia. Lá os indígenas da região, formada por índios das etnias Tukano, Hupda e outros povos, terão atendimento clínico, pediátrico e de média complexidade como cirurgias oftalmológicas e clínica geral. A atuação dos Expedicionários da Saúde também integra o plano reestruturante de saúde para os povos do Alto Rio Negro. Em novembro de 2016, quase 2 mil indígenas a região do rio Içana receberam os cuidados da expedição.
Por Tiago Pegon