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Saúde Indígena
Oficinas discutem prevenção e tratamento de ISTs, HIV/Aids, hepatites virais e tuberculose na saúde indígena
Fortalecer os serviços de saúde oferecidos à população indígena para o desenvolvimento de ações de prevenção, controle, diagnóstico e tratamento das infecções sexualmente transmissíveis, HIV/Aids, hepatites virais e da tuberculose. Este é o principal objetivo das oficinas de Qualificação, Prevenção e Controle das ISTs, HIV/Aids e Hepatites Virais em Áreas Indígenas e de Qualificação e Implementação das Ações de Controle da Tuberculose em Áreas Indígenas, ambas iniciadas nesta segunda-feira (11/12), em Brasília.
Ao dar boas-vindas aos participantes do evento, o secretário Especial de Saúde Indígena, Marco Antonio Toccolini, destacou o trabalho que é desenvolvido pelas equipes de saúde nas aldeias, reconhecendo que “trabalhar com saúde indígena é um desafio todos os dias”. “Espero que o resultado destas oficinas reflita-se na ponta”, complementou o diretor do Departamento de Atenção à Saúde Indígena da Sesai, Flávio Gomes.
As duas oficinas são realizadas em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS), por meio do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, HIV/Aids e Hepatites Virais (DIAHV/SVS) e do Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Os participantes dos dois eventos, todos responsáveis técnicos das áreas de controle destes agravos, vão alternar, até a sexta-feira (15/12), momentos de programação em separado e comuns, como na apresentação de experiências exitosas, na quinta-feira (14/12).
ISTs – A médica Fernanda Rick, do DIAHV/SVS, apresentou um panorama das ISTs, HIV/Aids e Hepatites Virais no Brasil entre 2007 e 2017, mostrando que o país registra 40 mil casos novos por ano, com um crescimento da epidemia entre jovens de 15 a 24 anos. A estimativa é de que existam cerca de 830 mil brasileiros vivendo com o HIV, dos quais 694 mil (84%) foram diagnosticados e 498 mil (60%) fazem tratamento com antirretrovirais.
Ainda no primeiro dia de programação, Silvia Giugliani, também do DIAHV/SVS, falou das possibilidades da prevenção combinada destas doenças no contexto da saúde indígena. “O desafio é inserir no cotidiano de trabalho das EMSI (Equipe Multiprofissional de Saúde Indígena) ações vinculadas à prevenção, diagnóstico, assistência e tratamento de acordo com as características do território e de cada etnia”, defendeu Giugliani, acrescentando que “é preciso ajustar a diretriz ao território, e não o contrário”.
Tuberculose – Os povos indígenas são considerados prioritários para a vigilância e controle da tuberculose, doença infecciosa que mais mata no mundo, superando as mortes por HIV e malária juntas. A programação do primeiro dia envolveu especialmente as ações visando ao diagnóstico laboratorial da doença, que tem como principal dificuldade o acesso às aldeias indígenas, levando-se em conta o prazo para a chegada da amostra ao laboratório, no máximo 7 dias, podendo ser ainda menor em locais com climas mais quentes.
“Umas das possibilidades é levar para a área indígena o material para o exame”, afirmou Eunice Atsuko, do Laboratório de Saúde Pública (Lacen) de Mato Grosso do Sul, acrescentando que o treinamento dos profissionais de saúde para realizar os exames em área pode se dar em apenas 5 dias e que a experiência demonstrou que a realização dos exames em ambientes extra-laboratoriais não compromete as amostras.
Por Beth Almeida, do Nucom Sesai
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