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Cuidados para eliminar o Aedes aegypti devem ser redobrados no período de férias
Casas, apartamentos e ambiente de trabalho devem ser detalhadamente vistoriados antes de viagens. Local de hospedagem também deve receber atenção para eliminação de focos do mosquito
RÁDIO
O período do verão é o mais propício à proliferação do mosquito Aedes aegypti, por causa das chuvas, e consequentemente é a época de maior risco de infecção por dengue, zika e chikungunya. Por isso, a população deve ficar atenta e redobrar os cuidados para eliminar possíveis criadouros do mosquito durante as férias. Antes de sair para a viagem de fim de ano, é essencial fazer uma vistoria em casas, apartamentos e até mesmo no ambiente de trabalho. Qualquer lugar que possa acumular água é um potencial criadouro para as larvas do Aedes aegypti.
“Se cada um fizer a sua parte, vamos eliminar as chances de o mosquito nascer e, assim, reduzir a transmissão da dengue, zika e chikungunya. Queremos manter o ritmo de queda no registro dessas doenças e ter um verão com menos casos e mortes”, destacou ministro da Saúde, Ricardo Barros.
O ciclo de reprodução do mosquito, desde o ovo à forma adulta, leva em torno de 5 a 10 dias. Por isso, mesmo em viagens de menor duração, é preciso realizar uma série de medidas simples para garantir a limpeza dos ambientes. Recipientes como baldes, garrafas, ralos, lixeiras e outros objetos devem sempre estar fechados ou virados com a boca para baixo. Nos casos dos pratos de vasos de planta, devem ser preenchidos com areia. Os vasos sanitários também devem permanecer tampados e pneus devem ser mantidos em locais cobertos.
Durante a viagem, também é preciso ficar atento ao local de hospedagem, verificando, ao chegar, se há possíveis criadouros do mosquito. Outra forma para evitar as doenças, que deve ser aliada à limpeza, é o uso de repelentes e inseticidas. É importante lembrar que o produto utilizado deve ser devidamente registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ser aplicado de acordo com as instruções do fabricante, contidas no rótulo. As gestantes devem ter cuidado especial, devido à relação do vírus zika com a ocorrência de microcefalia em bebês. Em passeios eco turísticos, o ideal é utilizar roupas que protejam o corpo contra picadas de insetos, como camisas de mangas compridas, calças, meias e sapatos fechados.
“Queremos convocar toda a população para que nesse período de festas e de férias sejamos responsáveis para eliminar todo e qualquer recipiente que possa acumular água. Devemos tomar cuidado com as embalagens de presentes, de alimentos, latas, garrafas e até mesmo os rojões, para que no período das chuvas eles não se tornem possíveis criadouros do Aedes. Precisamos de todos para vencer essa batalha e ter um natal e ano novo sem mosquito”, reforçou o secretário executivo, Antônio Nardi.
MOBILIZAÇÃO – No último dia 8, o Governo Federal, em parceria com estados e municípios, realizou uma grande mobilização nacional para conscientização da população sobre a importância de intensificar os cuidados com o Aedes aegypti durante o verão. As ações foram comandadas por ministros de Estado e outros representantes dos ministérios, além de autoridades dos governos locais, agentes de saúde e toda a população. Foram feitas distribuição de material educativo, visitas domiciliares, mutirões de limpeza, além de exposições educativas em escolas e outras ações voltadas para as comunidades locais, entre outras atividades.
Outra iniciativa importante para prevenir as doenças transmitidas pelo Aedes é a realização do Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa). O Mapa da Dengue, como também é chamado, é um instrumento fundamental para o controle do mosquito. Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram encontradas. O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito Aedes aegypti.
O último LIRAa, atualizado em 4 dezembro, aponta que 4.552 cidades de todo o país fizeram o levantamento, sendo que destes, 2.833 municípios estão com índices satisfatórios, ou seja, com menos de 1% das residências com larvas do mosquito em recipientes com água parada. Estão em alerta 1.310 municípios, com índice de infestação de mosquitos nos imóveis entre 1% a 3,9% e 409 em risco, com mais de 4% das residências com infestação.
CAMPANHA PUBLICITÁRIA – Ainda para reforçar a importância da prevenção, foi lançada em novembro nova campanha do Ministério da Saúde de conscientização para o combate ao Aedes aegypti, que chama atenção da população para os riscos das doenças transmitidas pelo vetor (dengue, zika e chikungunya) e convoca a todos ao seu enfrentamento. O objetivo é mostrar que o combate à proliferação do mosquito começa dentro da própria casa, sendo responsabilidade de cada um, podendo gerar mudança positiva na vizinhança. O material alerta: “Um mosquito pode prejudicar uma vida. E o combate começa por você. Faça sua parte e converse com seu vizinho”.
CASOS – As três doenças transmitidas pelo Aedes agypti tiveram redução significativa em 2017, comparado com o mesmo período do ano passado. Até 25 de novembro, foram notificados 243.525 casos prováveis de dengue em todo o país, uma queda de 83,4% em relação ao mesmo período de 2016 (1.468.908). Com relação ao número de óbitos, também houve redução, passando de 695 mortes em 2016 para 130 em 2017.
Em relação à febre chikungunya, foram registrados 184.660 casos neste ano, queda de 32,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 274.050 casos. Neste ano, foram confirmados laboratorialmente 156 óbitos.
No mesmo período do ano passado, foram 213 mortes confirmadas. A redução do zika foi de 92%, passando de 214.727 registros em 2016 para 17.047 em 2017. Em relação às gestantes, foram registrados 2.207 casos prováveis, sendo 927 confirmados por critério clínico-epidemiológico ou laboratorial. Neste ano, foi registrado um óbito pelo vírus Zika.
Por Camila Bogaz, da Agência Saúde
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