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Saúde Indígena
Toccolini reúne-se com lideranças indígenas do DSEI Kayapó Mato Grosso
Cumprindo o compromisso assumido quando tomou posse no cargo, em fevereiro deste ano, o secretário Especial de Saúde Indígena, Marco Antonio Toccolini, visitou, nos dias 17 e 18 de agosto, o DSEI Kayapó Mato Grosso, o 20º em cinco meses à frente da SESAI. Em fevereiro, Toccolini afirmou que a marca de sua gestão seria ouvir as lideranças indígenas, bem como trabalhadores, em visitas que realizaria aos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Desta vez, o secretário participou de duas reuniões, nos municípios mato-grossenses de Colíder e Peixoto de Azevedo, das quais participaram também prefeitos e lideranças políticas locais.
“É o primeiro secretário da SESAI que pisa aqui”, afirmou o cacique Puiu Txucarramãe, ao elogiar a iniciativa de Toccolini, durante o encontro mantido no Centro de Eventos de Colíder. Entre as questões levantadas pelos indígenas está a necessidade de socorro emergencial às quatro aldeias atingidas pela mortandade de peixes no Rio Iriri, cujas águas foram consideradas impróprias para consumo humano. Sobre isso, Toccolini afirmou que a coordenação do DSEI já estava contratando carros-pipa para abastecimento destas comunidades até que sejam concluídas as perfurações de poços em todos os locais. “Como a situação foi declarada emergencial, podemos realizar estas obras de imediato”, adiantou.
As lideranças de todas as etnias da região também pediram melhorias nas Casas de Saúde Indígena (CASAIs) de Colíder e Peixoto de Azevedo. De acordo com o coordenador do DSEI Kayapó MT, Matudjo Metuktire, está em fase de instrução o processo para a reforma da CASAI de Colíder. Já a CASAI de Peixoto de Azevedo funciona em um imóvel alugado, no centro da cidade, com pouco espaço para atendimento da média de 50 pessoas diariamente. “Além do espaço ser pequeno, é um perigo para as crianças, porque tem muito trânsito na rua”, argumentou o líder Raoni Metuktire, que acompanhou o secretário em visita ao novo imóvel, mais espaçoso e mais afastado do Centro, e aprovou a mudança. “A locação já está autorizada e o contrato deve ser assinado logo”, assegurou Toccolini.
Os caciques foram unânimes em afirmar que as comunidades indígenas encontram dificuldades de atendimento em hospitais do SUS na região. “Estamos passando por um momento difícil com o hospital que funciona na cidade, e que é um dos mais antigos de Mato Grosso, e na verdade todos estão sofrendo com a situação de precariedade, índios e não-índios”, explicou o prefeito de Colíder, Noboru Tomiyoshi, acrescentando que uma das iniciativas para garantir um melhor atendimento aos pacientes foi atribuir a regulação aos serviços de atenção básica.
Sobre o atendimento em hospitais e em outros pontos de atenção do SUS, já que a Saúde Indígena oferecida pela SESAI é de atenção básica, Toccolini adiantou que está para ser assinada pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, portaria reinstituindo o Incentivo de Atenção Especializada da Saúde Indígena (IAE-PI), agora com novas regras e diretrizes. “A principal diferença é que agora o controle social da Saúde Indígena é que vai fiscalizar; se o hospital não atender, o recurso vai ser suspenso”, disse o secretário.
Foto: Luís Oliveira/Sesai/MS