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Saúde Indígena
SESAI e EDS realizam mutirão de cirurgias de colo do útero no Alto Rio Negro
Equipes de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Negro e médicos e enfermeiros dos Expedicionários da Saúde (EDS), com apoio do Exército Brasileiro, realizaram, entre os dias 9 e 12 de agosto, no Hospital de Guarnição, em São Gabriel da Cachoeira (AM), um mutirão para avaliação ginecológica e cirurgias de colo do útero.
A ação, inédita na região, possibilitou que 65 mulheres, residentes em comunidades afastadas do município, recebessem avaliação ginecológica, com encaminhamento imediato para as Cirurgias de Alta Frequência (CAF) em 16 delas. O procedimento é uma intervenção cirúrgica que demora em média 30 minutos, e que ajuda a diminuir em até 100% as chances de desenvolvimento do câncer de colo do útero.
Para a enfermeira responsável pelas ações de saúde da mulher no DSEI ARN, Samilly das Chagas Winhork, o mutirão vem ao encontro da ampliação das ações para o cuidado e atenção das mulheres indígenas da região do Alto Rio Negro. “Foi uma ajuda muito importante, pois várias pacientes, quando referenciadas para o tratamento em Manaus (AM), por exemplo, não queriam ir, isso dificultava. A parceria junto aos médicos foi necessária para que, aqui mesmo na região, fossem realizados os procedimentos. Com certeza nesses últimos dias conseguimos salvar vidas”, ressaltou.
Uma das pacientes avaliadas, Kátia Paidano, de 19 anos, da etnia Cubeo, estava um pouco ansiosa para ser avaliada, mas entendia a importância da ajuda médica. “Fiquei um pouco preocupada porque, durante uma consulta na localidade, o médico disse que houve uma alteração. Procurei ajuda imediatamente e fui encaminhada para realizar o exame na cidade”, afirmou.
A médica ginecologista dos Expedicionários da Saúde, Íria Ribeiro Novaes, entende que a ação em área foi primordial para que as mulheres atendidas possam retomar suas atividades, sem se preocupar em sair de perto da família. “Boa parte delas não teria como resolver isso sem ter que sair da comunidade. O procedimento é simples, rápido e elimina o risco de que alguma lesão ginecológica possa evoluir para um câncer. Ir ao encontro dessas mulheres, numa região de difícil acesso, foi muito importante”, afirmou.
A indígena Célia Fidélis, 54 anos, da etnia Baré, já tinha feito um procedimento parecido e fez questão de enfatizar a ação. “O cuidado com a saúde tem pressa. Eu mesma estava há dois anos aguardando para realizar o procedimento. Com a ajuda do pessoal do DSEI e dos Expedicionários, consegui cuidar da minha saúde, seguir com minha vida e cuidar da minha família”, lembrou.
O DSEI Alto Rio Negro, no extremo oeste do Amazonas, atende uma população com quase 27 mil indígenas, sendo 17.614 mulheres.
Ações de saúde da mulher na região
Dentre o trabalho das equipes do DSEI ARN, com foco na saúde das mulheres indígenas, estão inúmeras outras ações. Enfermeiros, médicos e agentes de saúde indígena realizam palestras e rodas de conversa junto à comunidade para esclarecimentos sobre métodos preventivos de doenças sexualmente transmissíveis e outros cuidados para a saúde feminina, como exames preventivos de papanicolau e autoexame de mama, além da orientação para o planejamento familiar e gestação de risco, principalmente para mulheres jovens.
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Por Tiago Pegon