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Saúde Indígena
Conferência destaca fortalecimento da saúde da mulher indígena
Mulheres Indígenas apresentaram propostas com foco na saúde da mulher A capital do país reuniu nesta semana dezenas de mulheres indígenas vindas de todo o país, representando os 34 Conselhos Distritais de Saúde Indígena (CONDISI), para a primeira etapa da I Conferência Livre de Saúde das Mulheres Indígenas, realizado no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília (DF). Durante dois dias, lideranças e conselheiras locais e distritais indígenas discutiram propostas e ações de saúde, focadas nas ações que dizem respeito à mulher indígena. Dentre as discussões, junto as equipes técnicas da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), foram apresentadas propostas para inclusão na Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI) focando na saúde da mulher como atenção ao pré-natal, parto e puerpério indígenas e combate a mortalidade materno-infantil. O Secretário Especial de Saúde Indígena, Marco Antonio Toccolini, esteve presente na reunião e destacou a importância de conferências e seminários com quem representa fielmente a mulher indígena. “Discutir e atuar em prol da saúde da mulher é uma das principais ações preconizadas pela SESAI. A Secretaria vai continuar apoiando ações como essa, pois é dessa forma que as diretrizes de apoio ao combate mortalidade materno-infantil, garantia de direitos sexuais e reprodutivos na atenção á saúde indígena, reconhecimento das parteiras e medicina tradicional devem se fortalecer”, destacou. Para a cacique Dorinha, da comunidade Pankará, de Pernambuco, a presença da Secretaria é muito importante e deve ser constante. “As equipes da SESAI devem trabalhar em diálogo direto com as mulheres indígenas nas comunidades. Apoiar nossa luta, ajudando a fortalecer a mulher indígena, o respeito a sua cultura e dignificando a força e nosso jeito de criar nossos filhos, de gerir nossa vida dentro das nossas aldeias”, afirmou. As representantes indígenas afirmaram ainda que não querem mais ser apenas convidadas a participar de encontros, elas querem ser participantes efetivas, com direito a voz e voto. Segundo elas, o mundo mudou e nas aldeias as novidades se multiplicam. E é nesse sentido que a sabedoria da mulher indígena, seus conhecimentos ancestrais de cura devem dialogar com as ações de saúde indígena. “Sem as mulheres não existiria o mundo. Quem seria mãe ou parteira de todos?”, indagou a liderança Tuíra Kaiapó.
As discussões realizadas no encontro resultarão em propostas consolidadas, com foco na representatividade e especificidade da saúde das mulheres indígenas, que serão apresentadas na Conferência Nacional de Saúde das Mulheres, que será realizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), prevista para agosto deste ano.
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Por Tiago Pegon
Fotos: Luís Oliveira