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Rio Grande do Sul realiza 830 transplantes no primeiro semestre de 2016
O número é resultado dos 142 doadores identificados na região, gerando índice de 12,6 doadores por milhão de população. A taxa de recusa familiar no estado atualmente é de 42%
O estado do Rio Grande do Sul realizou no primeiro semestre deste ano 830 transplantes, resultado dos 142 doadores identificados na região, gerando o índice de 12,6 doadores por milhão de população. Com o objetivo de ampliar cada vez mais o número de doadores de órgãos no país, o Ministério da Saúde lançou nesta semana a campanha nacional de doação de órgãos no espaço Casa Brasil, no Rio de Janeiro.
Com o slogan “Viver é uma grande conquista. Ajude mais pessoas a serem vencedoras”, a campanha é estrelada por atletas transplantados em alusão aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. A divulgação marca o mês de comemoração do Dia Nacional da Doação de Órgãos (27 de setembro).
No primeiro semestre deste ano, o país bateu recorde de doador por milhão da população, com 1.438 doadores, 7,4% a mais que no mesmo período de 2015. Essas doações possibilitaram a realização de 12.091 transplantes entre janeiro e julho, registrando aumento nos procedimentos de órgãos mais complexos, como pulmão, fígado e coração, de 31%, 6% e 7%, respectivamente.
Embora o país tenha avançado muito nos últimos anos, a taxa de aceitação familiar foi de 56% nesse primeiro semestre. No Rio Grande do Sul, a recusa das famílias está em 42%, número maior em relação ao mesmo período de 2015, quando a porcentagem era de 40%. Isso quer dizer que quase metade das famílias ainda rejeita a doação de órgãos de um parente com diagnóstico de morte encefálica. Mesmo assim, o Brasil possui a menor taxa de recusa familiar entre os quatro maiores países transplantadores da América do Sul, como Argentina (49%), Uruguai (47%) e Chile (52%).
Atualmente, 89% dos transplantes de órgãos sólidos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tornando o país referência mundial no campo dos transplantes e maior sistema público do mundo.
“Um dos nossos principais desafios atualmente é diminuir a taxa de recusas familiares à doação de órgãos. A família brasileira é tipicamente solidária e precisa ser bem informada e acolhida em momentos dolorosos, como a perda de um ente querido. É preciso mostrar que essa perda pode significar a vida de outra pessoa e, por isso, estamos empenhando todos os esforços necessários para capacitar os profissionais responsáveis pela entrevista familiar em busca da autorização para doação de órgãos, de modo a esclarecer todas as dúvidas e reduzir as taxas de recusa”, destacou o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo.
PREMIAÇÃO – Para incentivar iniciativas que buscam exatamente o diálogo com as famílias e a sensibilização da população para o tema, o Ministério da Saúde premiou pessoas físicas e jurídicas que se destacam em ações com esse objetivo. Este ano, receberam os troféus o cantor Fábio Beça, do Grupo Bom Gosto, que foi submetido a um transplante renal em 2015 e emplacou diversas ações sociais em prol da doação de órgãos, lançando, por conta própria, campanha com videoclipe reunindo diversas personalidades do samba; a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), que tem atuado de forma expressiva na capacitação de médicos intensivistas para o diagnóstico da morte encefálica e na manutenção e validação de potenciais doadores; e a Secretaria de Saúde do Paraná, grande incentivadora de doação de órgãos no estado, viabilizando recursos e estrutura para ampliação do processo de doação/transplante; o cantor Fábio Beça, do Grupo Bom Gosto, que foi submetido a um transplante
No Brasil, a autorização para a doação de órgãos é concedida pelos familiares. Dessa forma, para que a vontade em doar os órgãos após a morte seja atendida, é importante avisar a família sobre essa decisão e pedir que ela atenda ao desejo. A doação de órgãos pode ocorrer após a morte encefálica. A rede brasileira conta com Centrais Estaduais de Transplantes em todos os estados e DF, 494 Centros de Transplantes, 1.244 equipes de Transplantes e 72 Organizações de Procura de Órgãos (OPOs). Desde 2010, houve aumento de 16% na quantidade de serviços habilitados pelo Ministério da Saúde para realizar transplantes no país, passando de 712 para 826.
TRANSPORTE DE ÓRGÃOS – Para ampliar ainda mais o número de transplantes no país e viabilizar o transporte de órgãos, os ministérios da Saúde e da Defesa assinaram em agosto deste ano um Termo de Execução Descentralizado (TED) no valor de R$ 5 milhões para ressarcir a Força Aérea Brasileira (FAB) dos voos realizados para transporte de órgãos em todo o Brasil.
A parceria, viabilizada por um decreto do presidente Michel Temer publicado em junho, prevê sempre a disponibilidade de uma aeronave em solo, garantindo que o órgão chegue ao seu destino e salve vidas dentro do prazo necessário. Este ano, até antes da publicação do decreto, a FAB realizou apenas cinco transportes de órgãos no Brasil. Após a publicação do decreto foram 61 transportes, sendo 28 corações, 21 fígados, três pulmões, quatro rins e cinco pâncreas.
Por Gustavo Frasão, da Agência Saúde
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