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Saúde Indígena
Ministro Ricardo Barros prestigia Reunião do Fórum de Presidentes de Condisi
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, prestigiou na manhã desta terça-feira (20) a abertura oficial da 18ª Reunião Ordinária do Fórum de Presidentes de Conselhos Distritais de Saúde Indígena (FPCondisi). O encontro aconteceu na Unidade II do Ministério da Saúde, em Brasília (DF), e também contou com a participação de representantes dos principais movimentos indígenas do país.
Acompanhado do secretário Especial de Saúde Indígena, Rodrigo Rodrigues, o ministro Ricardo Barros destacou a sua presença no Fórum como uma prova da atenção de sua gestão ao diálogo com o movimento e lideranças indígenas tradicionais. Durante o encontro, destacou o trabalho incansável do Governo Federal para ampliar o orçamento da Saúde para o próximo ano e evitar cortes em áreas essenciais. “Embora o momento seja de recessão econômica, estamos trabalhando para que este orçamente seja crescente. Já entregamos a proposta à Câmara dos Deputados”.
Barros também tranquilizou os representantes indígenas ao descartar a possibilidade de ‘Municipalização’ na gestão da saúde indígena. “Não existe discussão nenhuma sobre o assunto”. Ele também ressaltou a renovação do Programa ‘Mais Médicos’, por mais três anos, como uma garantia de permanência de mais de 300 profissionais em áreas indígenas.
Ao final do encontro, Ricardo Barros destacou que o Ministério da Saúde, em conjunto com o próprio movimento e representações indígenas, terá que construir uma nova solução para substituir a proposta do Instituto Nacional de Saúde Indígena (INSI). “Como não é do interesse de vocês, então teremos que apresentar um novo modelo que atenda os interesses das comunidades e que também seja adequado aos interesses do Estado. Essa proposta deve ser construída conjuntamente”.
Nesta quinta-feira (22) o Fórum de Presidentes de Condisi deverá apresentar ao ministro Ricardo Barros um documento com as proposições apontadas na 18ª Reunião Ordinária. “Aguardo esta nova conversa com vocês para que possamos encontrar soluções para os principais problemas enfrentados”, disse.
Preocupação
Neste primeiro dia de debates do FPCondisi, vários temas foram colocados em pauta pelos presidentes de conselhos de saúde e representantes de movimentos indígenas. Entre as mais preocupantes, destaque para a situação vivenciada nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) Yanomami e Leste de Roraima, com o processo de imigração de indígenas venezuelanos da fronteira para áreas atendidas pelo DSEI. “A cada dia estão chegando mais indígenas do outro lado da fronteira e o DSEI não está tendo estrutura para garantir assistência a todos”, reforça o presidente do Condisi Yanomami, Beto Góes.
Outra preocupação presente em outros DSEIs, como Guamá-Tocantis e Araguaia, diz respeito ao reconhecimento de novas comunidades indígenas que, até então, não faziam parte do universo atendido pelos DSEIs. “Esse é um tema preocupante e requer uma maior articulação entre SESAI e Funai [Fundação Nacional do Índio]”, frisou o presidente do Fórum, Cleiton Javaé.
Ao final, o FPCondisi fez um reconhecimento, em forma de agradecimento, pela inserção cada vez maior de profissionais indígenas trabalhando na gestão da SESAI. “Demonstra o compromisso que o secretário Rodrigo Rodrigues tem com a saúde indígena”, disse Cleiton Javaé.
Além dos presidentes dos 34 DSEIs, participaram também do encontro representantes da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME); Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (ARPINSUL); ATY GUASSU; Conselho Terena; MAPKAHA e Sindicato dos Profissionais e Trabalhadores da Saúde Indígena (Sindcopsi).
Por Felipe Nabuco