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Santarém realizou primeiro transplante renal
Procedimento com doador vivo foi feito no hospital Waldemar Penna, habilitado pelo SUS. O estado do Pará tem 510 pessoas na lista de espera por rim
O município de Santarém no Pará realizou o primeiro transplante de rim. O procedimento foi feito na última quinta-feira (3), no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) Waldemar Penna, que é habilitado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O transplante foi feito a partir de um doador vivo. Até então, os pacientes de Santarém precisavam ir para Belém fazer o procedimento. A distância entre as duas cidades é de mais de 1.000km ou três dias de barco.
“Esse é um marco muito importante no sentido de levar as ações de alta complexidade para os diversos rincões do país. Então, propiciar o acesso da população a esse procedimento é importante para cobrir esses vazios assistenciais e o Pará é um estado com o território grande”, comentou Patrícia Freire, coordenadora substituta do Sistema Nacional de Transplantes.
O Hospital Waldemar Penna é habilitado pelo SUS desde 2014 para transplantes de rim e córnea, mas até então não havia realizado o procedimento. Inicialmente o transplante ocorrerá intervivos e depois com doadores falecidos. A equipe de transplantes de Santarém Emanuel Pinheiro Esposito é composta por urologistas e nefrologistas. Atualmente, o Pará tem 510 pessoas na lista de espera por um transplante de rim. Desses, apenas um está inscrito na equipe Manuel Pinheiro Esposito.
“O procedimento foi bem realizado, o hospital tem plenas condições de atender e está bem estruturado. A região e o hospital vão se beneficiar muito dessa cirurgia, e dar uma esperança nova a esses pacientes para ter uma vida mais livre e não precisarem de hemodiálise, como uma qualidade de vida bem melhor”, diz o médico cirurgião que fez parte do transplante, Fabian Pires.
Seu Raimundo Soares, 50 anos, recebeu o rim do irmão Leandro Soares. “Meu sentimento é de alegria, quero agradecer a Deus e meu irmão. Estou muito feliz, estou bem. Pretendo voltar pra minha terra e trabalhar”.
“O transplante intervivos só ocorre em situações excepcionais. De maneira geral o Ministério da Saúde incentiva a doação de órgãos de pessoas falecidas. Não é necessário deixar nada por escrito, apenas precisa que as famílias façam desse momento de dor, a esperança de vida para uma pessoa que está na lista de transplante por meio da doação de órgãos”, comenta Patrícia Freire, coordenadora substituta do Sistema Nacional de Transplantes.
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O estado do Pará oferece hoje apenas transplante renal e de córnea. Para realizar o trabalho duas equipes estão disponíveis em Belém e uma equipe em Redenção. De janeiro a setembro deste ano, o estado realizou 176 transplantes, dos quais 40 foram de rim. No mesmo período foram registrados 23 doadores efetivos no estado, gerando o índice de 2,78 doadores por milhão de população. Desde 2002, o Pará já fez 566 transplantes de rim.
No primeiro semestre deste ano, o Brasil bateu recorde de doador por milhão da população, com 1.438 doadores, 7,4% a mais que no mesmo período de 2015. Essas doações possibilitaram a realização de 12.091 transplantes entre janeiro e junho, registrando aumento nos procedimentos de órgãos mais complexos, como pulmão e fígado, de 31% e 6% , respectivamente.
Por Carolina Valadares da Agência Saúde
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