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Saúde Indígena
Expedição da Saúde realiza cirurgias oftálmicas no Alto Rio Negro
Continua até o dia 19 de novembro a primeira fase da 36ª Expedição da Saúde, voltada para a realização de cirurgias para tratamento de triquíase e tracoma, na sub-região de Iauaretê, Alto Rio Negro. Resultado de parceria entre a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/MS), o Ministério da Defesa, Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Associação Expedicionários da Saúde, a ação foi responsável pela realização de 11 cirurgias no último domingo (13/11), devendo chegar a um total de cerca de 40 procedimentos até o final desta primeira etapa, conforme avaliação prévia das necessidades da população local. De acordo com informações dos técnicos, a comunidade mais atingida por estas doenças é a Hupda, grupo indígena de recente contato.
O tracoma e a triquíase são doenças inflamatórias que podem causar cegueira, tendo alta incidência entre os indígenas. O trabalho dos expedicionários contribuirá para que o Brasil avance na meta pactuada pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Vigilância em Saúde, com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de eliminar a doença no país até 2020. A OMS estima a existência de 21 de milhões de pessoas no mundo acometidas pelo tracoma, 8,2 milhões com triquíase tracomatosa e 1,3 milhão de cegos devido à doença.
No dia 18 de novembro, os expedicionários chegam à localidade de Içana, também no Alto-Rio Negro, onde serão realizados outros procedimentos de média e alta complexidade, como atendimentos ginecológicos e pediátricos, cirurgias de hérnia, de catarata, e geral. Para a realização da expedição, o Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Defesa, responsável pela logística das ações, enviou aproximadamente 15 toneladas de equipamentos médicos para o meio da floresta Amazônica, que possibilitarão montar estrutura física, como centro cirúrgico e espaço para a realização de exames de ultrassonografia.
Além dos equipamentos, o Ministério da Saúde está levando todos os medicamentos necessários para o atendimento da atenção primária, e mais de 70 profissionais, entre enfermeiros e técnicos do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Negro (DSEI). Os Expedicionários da Saúde (EDS) estão, nas duas sub-regiões, com 45 médicos voluntários, que atuam em hospitais de referência como Albert Einstein e Sírio Libanês, em São Paulo. O EDS também está apoiando com medicamentos farmacológicos. Já a Funai está responsável pela alimentação diária das mais de 200 pessoas envolvidas.
As Expedições da Saúde são fomentadas pela SESAI para levar o atendimento médico especializado e o atendimento cirúrgico à população indígena residente em áreas longínquas e/ou de difícil acesso, juntamente ao Distrito Sanitário Especial Indígena da localidade. Em 35 edições, desde 2004, as equipes dos Expedicionários da Saúde já realizaram mais de seis mil cirurgias e mais de 35 mil atendimentos especializados. A área coberta pelas ações dos voluntários é equivalente ao território da França, sendo a grande maioria de terras indígenas demarcadas.