Notícias
Pactuadas novas metas mundiais para o enfrentamento ao HIV/Aids
Em declaração, países-membros da ONU assumem compromissos para 2020, como reduzir novas infecções de HIV e as mortes relacionadas com a Aids para menos de 500 mil por ano
Novos objetivos relativos à epidemia de HIV/Aids foram pactuados mundialmente em reunião das Nações Unidas (ONU), da qual o Brasil participou. Os compromissos foram consolidados em uma Declaração Política durante reunião de alto nível da ONU, realizado em Nova Iorque (EUA), entre os dias 8 a 10 de junho. O documento definiu metas intermediárias para 2020, a serem cumpridas pelos países-membros, com o objetivo de acelerar e garantir que seja atingido o desafio acabar com a epidemia até 2030. Entre as iniciativos para atingir este objetivo, estão reduzir novas infecções de HIV para menos de 500 mil e diminuir as mortes relacionadas com a Aids para menos de 500 mil, ambos a nível mundial, por ano.
A diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, enfatizou, durante o encontro, a importância dos compromissos assumidos na ONU. “O Brasil reitera seu compromisso com a eliminação da epidemia de Aids até o ano de 2030 e com as metas intermediárias definidas pelos países conjuntamente com a Unaids, de chegar, no ano de 2020, a 90% de pacientes com conhecimento da doença, 90% destes sendo tratados e 90% dos tratados com taxa viral suprimida”, destacou.
Os Estados-membros debateram ainda questões de como eliminar o estigma e a discriminação relacionados com o HIV, como dobrar o número de pessoas em tratamento, acelerar a prevenção e frear as novas infecções pelo HIV entre crianças. Também foi dado foco em mulheres, com o estabelecimento de metas específicas, de modo a alcançar a igualdade de gênero, investir na liderança das mulheres e enfrentar a violência e discriminação, aumentando, dessa forma, a capacidade de mulheres e meninas de se protegerem do HIV.
O financiamento das ações voltadas para o HIV/Aids também são abordados no documento, devendo os Estados-membros, entre outras metas, aumentar e reforçar investimentos para, pelo menos, US$ 26 bilhões por ano em resposta à AIDS até 2020, bem como garantir que, pelo menos, um quarto dos gastos com a AIDS sejam aplicados na prevenção do HIV.
CONTRIBUIÇÕES – No evento, além de apresentar os avanços obtidos nacionalmente nos últimos anos na área, o Brasil ofereceu contribuições importantes ao documento final, como, por exemplo, no que diz respeito ao grupo de risco composto por pessoas que usam drogas. O rascunho zero mencionava somente pessoas que usam drogas injetáveis, mas o Brasil garantiu a ampliação desse conceito para uso de drogas não injetável.
Além de representantes do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, a delegação brasileira contou com o chefe de gabinete da Secretaria de Vigilância em Saúde, Alexandre Fonseca; a chefe da Assessoria Internacional do Gabinete do Ministro, Thaisa Lima; a chefe da Assessoria de Cooperação Internacional, Juliana Givisiez; o técnico da Coordenação Geral de Prevenção e Articulação Social, Diego Callisto; e a representante da sociedade civil (ONG Gestos) Alessandra Nilo.
DESAFIOS – Ampliar o acesso ao tratamento antirretroviral e colocar 90% ou mais de todas as pessoas diagnosticadas com HIV em terapia antirretroviral, até 2020, é um dos grandes desafios para o país. Essa meta faz parte de um dos principais compromissos assumidos anteriormente entre os países para a aceleração da resposta ao HIV, as metas 90-90-90, que têm como objetivo testar 90% das pessoas vivendo com HIV e aids, tratar 90% destas e que 90% tenham carga viral indetectável até 2020 em todo o mundo.
“O governo brasileiro tem reunido esforços para transpor as barreiras que dificultam o acesso integral à saúde e alcançar essas metas no tempo previsto. Resultados positivos confirmam que o país está indo na direção certa: o Brasil atingiu o objetivo de carga viral suprimida, pois 90% das pessoas vivendo com HIV em tratamento estão nesta situação, o que coloca o país em situação favorável para o cumprimento das diversas metas estabelecidas para 2020.”, explicou a diretora.
Com a introdução do “tratamento para todos”, a partir de dezembro de 2013, houve uma aceleração significativa no número de pessoas que entraram em terapia antirretroviral. Entre 2013 e 2014, esse número passou de aproximadamente 57 mil para 72 mil, um aumento de cerca de 27%. Em 2015, 81 mil pessoas diagnosticadas iniciaram o tratamento, número 13% maior do que o observado em 2014.
Atualmente, a epidemia no Brasil está estabilizada, com cerca de 40 mil casos novos e 12,4 mil óbitos por ano. De acordo com Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), ocorreram cerca de 1,1 milhão de mortes relacionadas à Aids em 2015 no mundo. Em relação ao número de novas infecções entre adultos, estima-se cerca de 1,9 milhão de casos.
Por Priscila Silva, da Agência Saúde
Atendimento à Imprensa
(61) 3315-3434 / 2005 / 3580