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Saúde Indígena
Saúde Indígena intensifica ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti
A mobilização que tem tomado o Brasil para combater o mosquito transmissor dos vírus da dengue, da chikungunya e da zika também chegou às aldeias indígenas situadas nas mais diferentes regiões do país. Nas últimas semanas, os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) deram início a ações estratégicas e integradas de combate ao Aedes Aegypti e de sensibilização da população indígena quanto à sua participação na eliminação de focos criadouros do mosquito. Em Pernambuco, estado que registra o maior número de casos de infecção por zika vírus, as ações vêm sendo intensificadas nas 245 aldeias existentes no território. Até o presente momento, o Distrito confirma um caso de infecção por zika vírus, no Polo Base Xukuru do Ororubá, município de Pesqueira.
“Estamos capacitando todas as nossas equipes de saúde para implementação do plano de enfrentamento, que além de ações integradas para combater o mosquito transmissor e sensibilizar a população indígena, também prevê parcerias interfederativas para garantir retaguarda de assistência nos hospitais municipais”, explica a chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (Diasi/DSEI PE), Zaira Zambele.
De acordo com a chefe da Diasi, a incidência maior de casos continua sendo na região metropolitana de Recife, que não possui território indígena. Porém, alguns municípios do sertão, como Pesqueira, Águas Belas, Ibimirim, Inajá e Buíque, que contam com comunidades indígenas, a incidência tem aumentado. “Nestas regiões, estamos intensificando nossas ações”, complementa Zaira.
No Ceará, estado com alta infestação do mosquito, o plano de contingenciamento do zika vírus vem sendo executado desde o ano passado. “Até o momento, não temos nenhum caso de zika ou de microcéfalos registrado na população indígena, mas a doença está presente em, pelo menos, sete municípios que contam com população indígena”, explica a coordenadora do DSEI Ceará, Meire Fontes.
Segundo Meire, dos 37 municípios com casos em investigação da microcefalia relacionada ao zika vírus, os sete que possuem população indígena são: Aquiráz, Caucaia, Canindé, Maracanaú, Pacatuba, Poranga e São Gonçalo do Amarante.
Integração
Além de garantir a retaguarda de atenção, a parceria com municípios tem sido imprescindível para combater focos transmissores e garantir os insumos e materiais necessários para as ações de campo das equipes de saúde. “Além dessa integração de esforços, a articulação com os municípios é imprescindível para alinhar o fluxo das informações e garantir os materiais necessários para o trabalho em campo. Além disso, o plano de Enfrentamento às Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti está sendo executado em parceria”, reforça a chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena do DSEI Pernambuco, Zaira Zambele.
Nas aldeias indígenas do Tocantins, embora não tenha sido notificado nenhum caso de doença pelo Aedes Aegypti em indígenas aldeados, as ações de mobilização e prevenção também têm chegado às escolas e centros comunitários graças à participação da própria comunidade indígena.
“Estamos utilizando estratégias como rodas de conversas, palestras nas escolas, realizando mutirão de limpeza nas aldeias com o apoio da comunidade, além da entrega de material educativo para sensibilizar a população”, explica a coordenadora do DSEI Tocantins, Ivaneizilia Noleto.
Por Felipe Nabuco
Fotos: Arquivos DSEI PE e DSEI CE