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Governo Federal mobiliza 18 mil militares no Rio Grande do Sul
Eles vão às ruas neste sábado como parte de ação nacional realizada em parceria com estados e municípios. O objetivo é conscientizar população para erradicação dos criadouros do mosquito
O Governo Federal realiza uma grande mobilização nacional contra o Aedes aegypti neste sábado (13), com a participação de 220 mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica. No Rio Grande do Sul, 18 mil militares, junto com profissionais dos estados e municípios, vão às ruas orientar a população sobre o combate aos criadouros do mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e do vírus Zika. O reforço das Forças Armadas estará distribuído em mais de 350 municípios das 27 unidades federativas. Cerca de 4 milhões de panfletos informativos serão distribuídos durante a ação.
“A ação tem caráter mobilizador e visa intensificar a conscientização da população para a importância de erradicar os criadouros do mosquito Aedes”, destaca o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, que participa da ação em São Leopoldo (RS), ao lado de representantes da Administração Municipal, agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, além das Forças Armadas. A concentração da equipe será às 8h na sede do comando local do Exército (rua Teodomiro Porto da Fonseca, 908), e em seguida começam as visitas às residências. Em São Leopoldo, um dos 115 municípios prioritários, a previsão é de que entre 10 mil e 15 mil casas sejam visitadas.
Durante todo o dia, serão distribuídos materiais informativos, com explicações sobre medidas de prevenção e orientações aos moradores sobre a importância do envolvimento de todos os brasileiros na eliminação dos criadouros do mosquito. Nas casas que estiverem vazias, o material informativo será deixado nas caixas de correspondência. Os donos de estabelecimentos comerciais também serão orientados a fixar cartazes em local visível e de fácil acesso.
Dentre os mais de 350 municípios selecionados para a ação, estão as 115 cidades prioritárias, que tiveram incidência de dengue acima de 100 casos para cada 100 mil habitantes, nos meses de novembro e dezembro de 2015.
COMBATE AOS FOCOS - Enquanto ainda não existe disponível no mundo uma vacina para o vírus Zika, o combate aos focos do mosquito é a única forma de prevenção da doença, protegendo gestantes e crianças. Esse vírus tem sido associado ao aumento de casos de microcefalia em bebês quando as mães são infectadas durante a gestação.
Entre os dias 15 e 18 de fevereiro, haverá uma nova ação com a participação de 50 mil militares que estão sendo treinados para atuação nas regiões indicadas pelas prefeituras e pelo Ministério da Saúde. A iniciativa será de combate ao mosquito, e não apenas de orientação, e deverá incluir a aplicação de larvicidas e inseticidas.
PLANO NACIONAL – O Dia Nacional de Mobilização Zika Zero faz parte dos esforços do Governo Federal previstos no Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia, lançado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro do ano passado. Todos os órgãos federais estão mobilizados para atuar conjuntamente neste enfrentamento, que contará também com a participação dos governos estaduais e municipais.
As visitas de rotina às residências para eliminação e controle do vetor ganharam o reforço das Forças Armadas, com mais de 2.400 militares capacitados até o momento, e de mais de 266 mil agentes comunitários de saúde, além dos 46,5 mil agentes de endemias que já atuavam regularmente nessas atividades. A orientação é para que esse grupo atue, inclusive, na organização de mutirões de combate ao mosquito em suas regiões.
Somam-se a esse esforço a mobilização voltada aos servidores públicos no dia 29 de janeiro, no chamado “Dia da Faxina”, cujo objetivo foi inspecionar e eliminar possíveis focos do mosquito nos prédios dos órgãos federais. A ação aconteceu em ministérios, autarquias, agências e demais órgãos vinculados em todo o Brasil.
Sob a coordenação do Ministério da Defesa, as Forças Armadas fizeram um mutirão, entre os dias 29 de janeiro e 4 de fevereiro, para a limpeza das cerca de 1.200 unidades militares existentes no país.
Para reforçar as ações de mobilização dos servidores federais, foi publicado no Diário Oficial da União, no dia 2 de fevereiro, um decreto que determina adoção de medidas rotineiras de prevenção e combate ao vetor em todos os prédios públicos. Entre as medidas estão a realização de campanhas educativas, vistoria e retirada de criadouros do mosquito, além da limpeza das áreas internas e externas e o entorno das instalações públicas.
RIO GRANDE DO SUL – Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde repassou R$ 5,5 milhões – recurso extra -, para as ações de vigilância no estado. Para auxiliar no combate ao Aedes, o estado conta com 10.594 agentes comunitários de saúde e 632 agentes de combate a endemias. Além disso, o estado possui 98 centros de reabilitação para estimulação precoce de crianças de 0 a 3 anos nascidas com microcefalia e 95 Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).
COMO ELIMINAR CRIADOUROS - Para erradicar o Aedes aegypti e todos os seus possíveis criadouros, o Ministério da Saúde recomenda à população a adoção de uma rotina com medidas simples para eliminar recipientes que possam acumular água parada. Quinze minutos de vistoria são o suficiente para manter o ambiente limpo. Pratinhos com vasos de planta, lixeiras, baldes, ralos, calhas, garrafas, pneus e até brinquedos podem ser os vilões e servir de criadouros para as larvas do mosquito. Outras iniciativas de proteção individual também podem complementar a prevenção das doenças, como o uso de repelentes e inseticidas para o ambiente.
O Brasil tem um programa permanente de prevenção e controle do Aedes aegypti, com ações compartilhadas entre União, estados e municípios, durante todo o ano. Além do desenvolvimento do apoio a estados e municípios, responsáveis pela coordenação e execução destas ações, o Ministério da Saúde realiza a aquisição de insumos estratégicos, como inseticidas e kits de diagnósticos, para auxiliar os gestores locais no combate ao mosquito.
Os recursos federais destinados ao enfrentamento ao Aedes aegypti cresceram 39% nos últimos anos (2010-2015), passando de R$ 924,1 milhões para R$ 1,29 bilhão neste ano. Para 2016, a previsão é de um incremento de R$ 580 milhões, uma vez que o valor chegará a R$ 1,87 bilhão. Além disso, foi aprovado no orçamento um adicional de R$ 500 milhões para esta operação.
MICROCEFALIA - O Ministério da Saúde e os estados investigam 3.852 casos suspeitos de microcefalia em todo o país. Isso representa 75,8% dos casos notificados. De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, 462 casos já tiveram confirmação de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, sendo que 41 com relação ao vírus Zika. Outros 765 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 5.079 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 6 de fevereiro.
No total, foram notificados 91 óbitos por microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto (natimorto) ou durante a gestação (abortamento espontâneo). Destes, 24 foram investigados e confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central, sendo que oito foram descartados. Outros 59 continuam em investigação.
O Ministério da Saúde está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, informados pelos estados, e a possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, outros agentes infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.
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