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Governo está fazendo tudo que é necessário para o combate ao Aedes aegypti, diz ministro
Em sessão no Senado, Marcelo Castro ressalta as ações para enfrentar o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e Zika, além das investigações dos casos de microcefalia
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, assegurou que o Brasil está tomando todas as medidas necessárias para combater o mosquito Aedes aegypti e à microcefalia. O detalhamento das ações do governo federal foi apresentado nesta quinta-feira (25), em Brasília, durante a sessão de debates temáticos realizada no plenário do Senado sobre a situação do vírus Zika no país.
“O Ministério da Saúde tem tratado o assunto com transparência desde o início das investigações. O governo federal está agindo dentro deste tema com a responsabilidade e urgência necessárias. Estamos unindo esforços de especialistas de diferentes áreas da saúde do país, além de dialogar constantemente com órgãos internacionais, como a OPAS, OMS e o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos EUA, para conduzir as ações e avaliar novas tecnologias de enfretamento ao Aedes aegypti”, disse acrescentando que em sua visita ao país, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, destacou que o Brasil está fazendo tudo o que é necessário para o combate ao mosquito. “É esse caminho que estamos trilhando e que vamos continuar perseguindo”.
O ministro destacou que o enfrentamento às doenças transmitidas pelo vetor não é uma exclusividade do Brasil, citando que mais de 100 países convivem, por exemplo, com dengue, além do Zika que já teve a transmissão autóctone constada em 42 nações. Para Castro, a novidade em relação ao vírus é que os especialistas brasileiros foram os primeiros a identificar a associação com a microcefalia em recém-nascidos.
“Não havia epidemia de microcefalia antes da circulação do Zika no Brasil. O aumento de casos ocorreu nos mesmos locais onde, meses antes, foram registradas a circulação do vírus. As mães dessas crianças relataram que tiveram a doença nos primeiros meses de gestação, o que levou os especialistas a enviaram amostras para exames em laboratórios que confirmaram a correlação positiva entre o vírus Zika e a microcefalia”, afirmou.
MOBILIZAÇÃO – Para enfrentar o mosquito, o ministro Marcelo Castro reforçou a necessidade de amplo esforço coletivo, com a participação do poder público federal, estadual e municipal, além da mobilização da sociedade no combate. Castro destacou o resultado da pesquisa da Confederação Nacional do Transporte que mostra que 85% dos entrevistados mudaram os hábitos com relação ao mosquito e passaram a tomar providências para combatê-lo, além de se protegerem por meio de repelentes e outras medidas. “Isso é uma resposta efetiva em relação às ações que o Ministério da Saúde vem tomando”, destacou.
A mobilização da população, disse o ministro, é imprescindível: “dois terços dos criadouros do mosquito estão dentro das residências. Os exemplos que temos espalhados pelo país, em todos os municípios que conseguiram controlar o Aedes, houve a conjugação de esforços da população com os governos. Se 99 casas estiveram certas e uma não, essa casa pode produzir mosquitos para infectar o bairro inteiro. Por isso, é importante separar 15 minutos por semana para inspecionar a casa e eliminar os focos", ressaltou.
O ministro lembrou que o governo federal mobilizou todos os órgãos federais (entre ministérios e entidades) para atuar conjuntamente neste enfrentamento, além da participação dos governos estaduais e municipais. Atualmente, além dos 46 mil agentes de controle de endemias e 266 mil agentes comunitários de saúde, que já atuavam regularmente nessas atividades, as visitas de rotina às residências para eliminação e controle do vetor foram reforçadas com integrantes das Forças Armadas.
Castro descreveu ainda os recursos para prevenção e controle do mosquito Aedes aegypti. Os repassess federais cresceram 39% nos últimos anos (2010-2015), passando de R$ 924,1 milhões para R$ 1,29 bilhão neste ano. Para 2016, a previsão é de um incremento de R$ 580 milhões, uma vez que o valor chegará a R$ 1,87 bilhão. Além disso, foi aprovado no orçamento um adicional de R$ 500 milhões para o combate ao Aedes.
VACINAS – Com relação ao desenvolvimento de vacina contra a dengue, o ministro destacou o contrato com o Instituto Butantan para financiamento da terceira e última fase da pesquisa clínica. No total, o Ministério da Saúde investirá R$ 100 milhões nos próximos dois anos para o desenvolvimento do estudo e outros R$ 8,5 milhões no desenvolvimento de soro contra o vírus Zika. Ao todo, a previsão é um investimento de R$ 300 milhões do governo federal para os estudos do Butantan.
A expectativa é que a pesquisa sirva para o desenvolvimento de vacina contra o vírus da Zika, cujas pesquisas serão realizadas simultaneamente no Butantan em parceria com o NIH (Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos). O investimento em novas tecnologias é um dos eixos do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia que está sendo executado pelo governo federal, além da parceria com os governos estaduais e municipais.
Castro também citou o primeiro acordo internacional para desenvolvimento de vacina contra o vírus Zika. A pesquisa será realizada conjuntamente entre o Instituto Evandro Chagas, no Pará, com a Universidade do Texas Medical Branch, dos Estados Unidos. Para isso, será disponibilizado pelo governo brasileiro aproximadamente R$ 10 milhões nesse programa. Está prevista também a participação de outros organismos de saúde internacional, como a própria OMS.
MICROCEFALIA – O ministro apresentou aos senadores os dados do último Informe Epidemiológico de Microcefalia, divulgado no dia 23. O boletim aponta que 4.107 casos suspeitos de microcefalia estão em investigação pelo Ministério da Saúde e os estados. Desde o início das investigações, em 22 de outubro de 2015, até 20 de fevereiro, foram 5.640 notificações, sendo 950 já descartadas.
Ao todo, 583 notificações foram confirmadas para microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita, em 235 municípios de 16 unidades da federação (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Rondônia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul). Destes, 67 já tiveram confirmação laboratorial para o vírus Zika.
Por Newton Palma, da Agência Saúde
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