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Saúde Indígena
SESAI inaugura sala de parto humanizado para pacientes indígenas
O secretário Especial de Saúde Indígena, Rodrigo Rodrigues, esteve em Tabatinga (AM) na última segunda-feira (22) onde participou de um dos mais simbólicos momentos de sua gestão: a inauguração da sala de parturientes indígenas da Maternidade Celina Vilacrez. “Este espaço é um desejo antigo de todos os povos indígenas, pois respeita a cultura e as especificidades desses povos. É muito mais que uma sala de parto, trata-se, acima de tudo, do reconhecimento à cultura, aos costumes e à integração de todos os povos da região”, destacou Rodrigo Rodrigues durante a solenidade de inauguração. A nova unidade é fruto de uma parceria entre o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Solimões e a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas e destina-se exclusivamente ao atendimento de parturientes indígenas da calha do Alto Solimões. Atualmente, a região concentra algo em torno de 65 mil indígenas, de 189 aldeias, das etnias Tikuna, Kocama, Kaixana, Kanamari, Kambeba, Witoto e Maku-yuhup. “Aqui elas terão o direito ao acompanhante, bem como à parteira tradicional. É um espaço que vai respeitar as práticas tradicionais, a autonomia da gestante indígena em garantir sua cultura, o acesso aos pajés, além do batismo da criança no nome e clã indígenas”, destaca o coordenador do DSEI Alto Rio Solimões, Weydson Pereira.
Humanização
A ambiência da nova sala na maternidade foi pensada, em cada detalhe, para garantir o bem estar e a acomodação da gestante indígena. “As ilustrações nas paredes, produzidas pelas mãos de artistas indígenas, os adornos dos artesanatos, a escolha de cada utensilio ali presente, enfim, foi tudo pensado para tornar o ambiente mais humanizado”, destaca o coordenador. Com a nova sala, a SESAI espera reduzir a realização de partos tardios, o que gera sofrimentos para criança e para mãe, e, sobretudo, acabar com os óbitos por causas evitáveis. Para o cacique Tikuna e Umariaçu, João Cruz, além de respeitar as especificidades culturais do povo indígena, a nova unidade também vai garantir tranquilidade e conforto. “As gestantes agora vão dar a luz em uma unidade de saúde com segurança e conforto, sem se preocupar com nenhum tipo de complicação”, afirma o cacique.
Para chegar ao conceito implantado na nova sala, Weydson recorda que foram necessários vários debates, que envolveram os profissionais da área de saúde da mulher do DSEI, a direção da maternidade, e as próprias indígenas, representadas também por suas parteiras tradicionais. “Todos queríamos fazer algo diferente e que beneficiasse o usuário indígena e garantisse que suas especificidades culturais fossem levadas em conta. As parteiras escolheram o que seria importante ter nessa sala diferenciada, levando em conta as especificidades e o melhor acompanhamento”.
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Fotos Antonio Carlos Banavita