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SUS é tema de debate durante conferência na Universidade de Harvard
A secretária de Gestão Estratégica e Participativa, Lenir Santos, representou o Ministério da Saúde no evento e apontou os avanços e os desafios do sistema de saúde público brasileiro
A criação de um painel exclusivo sobre o tema 'saúde' foi a novidade da 2ª edição da ‘Brazil Conference at Harvard and MIT’, evento realizado nos dias 22 e 23 de abril, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Dividido em dois momentos, o painel contou com a participação de professores universitários, empreendedores e nomes reconhecidos na cena da saúde pública, que apontaram os desafios, as inovações e os possíveis caminhos para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro.
A secretária de Gestão Estratégica e Participativa, Lenir Santos, representou o Ministério da Saúde na Conferência. No dia 22, a secretária foi uma das debatedoras do painel ‘Respostas do Sistema de Saúde Brasileiro e novos Desafios’, juntamente com o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, o representante da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina, além do diretor da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Adriano Massuda.
As discussões foram abertas pela professora da Universidade de Harvard Márcia Castro, que fez um diagnóstico da situação da saúde brasileira. Entre os temas citados, estavam o aumento nos casos de dengue este ano em relação a 2015, a epidemia de Zika e as correlações com implicações neurológicas e microcefalia de bebês recém-nascidos, os homicídios de jovens negros de classe baixa, a persistência da sífilis congênita e as doenças crônicas não transmissíveis.
Durante o debate, Lenir Santos ressaltou os avanços obtidos no campo da promoção da saúde e da criação de políticas sociais no Brasil nos últimos anos, que impactaram positivamente a saúde das pessoas. Entre as dificuldades, a secretária reconheceu o subfinanciamento da saúde como o principal responsável pelos problemas de consolidação da agenda da saúde brasileira.
O ex-ministro Arthur Chioro destacou os avanços que o Brasil conquistou nos últimos 27 anos, com a existência do SUS, especialmente nas políticas de imunização, transplantes, urgência e emergência, aids e saúde da família. Para Chioro, a obesidade, os homicídios, acidentes de trânsito e a persistência de doenças evitáveis são alguns dos maiores desafios para a saúde do país.
Já o representante da OPAS Joaquín Molina apresentou as ações do Brasil para o controle e acompanhamento do vírus Zika, com foco no controle do mosquito Aedes aegypti, na produção de gestão de conhecimento e na reorganização dos serviços de saúde para qualificar o atendimento à população afetada pela doença.
A avaliação do diretor da EBSERH, Adriano Massuda, é que o SUS trouxe inovações importantes, como a implantação de um modelo assistencial em rede que utiliza muito bem das estratégias de atenção básica. No entanto, a atenção especializada e a atenção hospitalar ainda carecem de melhorias estruturantes, segundo a opinião do diretor.
Indagados pelo moderador Rifat Atun, professor de Sistemas Globais de Saúde na Universidade de Harvard, sobre o que mudariam na saúde brasileira, os debatedores foram unânimes em reconhecer que a reforma da saúde do Brasil e o SUS precisam ser consolidados com mais financiamento e menos desigualdade social. Para os palestrantes brasileiros, sem democracia as conquistas já estabelecidas pelo SUS e as reformas necessárias estão ameaçadas.
Da Agência Saúde
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